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19/Feb/2024

ADM enfrenta ações judiciais de investidores nos EUA

Três semanas após comunicar ao mercado que está sob investigação por inconsistências contábeis relacionadas à receita entre segmentos no seu negócio de nutrição, a gigante de agronegócios norte-americana Archer Daniels Midland (ADM) se prepara para enfrentar uma longa batalha nos tribunais dos Estados Unidos. Escritórios de advocacia norte-americanos já estão recrutando publicamente investidores que se sintam lesados pelos problemas relacionados à contabilidade do negócio de nutrição, e que provocou uma derrocada no valor da companhia. No dia seguinte ao anúncio da investigação sobre as contas do negócio de nutrição e do afastamento do diretor financeiro Vikram Luthar, a ADM perdeu US$ 9 bilhões em valor de mercado, com a queda de 24% nos papéis da empresa na Bolsa de Nova York. Diversos bancos e casas de investimento retiraram suas recomendações de compra das ações da multinacional.

Um dos escritórios que querem defender os investidores na justiça é o The Law Office of Frank R. Cruz, que anunciou ter aberto uma ação coletiva para representar quem tenha comprado ações da ADM entre 30 de abril de 2020 e 22 de janeiro de 2024. A banca vai recrutar até 25 de março os investidores que se encaixem nesse perfil. Outros escritórios também abriram ações coletivas, como o Robbins Geller Rudman & Dowd LLP, The Rosen Law Firm, The Schall Law Firm, Pomerantz Law Firm, The Portnoy Firm, Glancy Prongay & Murray LLP e Lieff Cabraser Heimann & Bernstein. Todos estão recrutando investidores que tenham comprado ações na mesma época. O argumento que os advogados dos escritórios apresentam é que a ADM teria feito divulgações falsas a respeito do balanço de seu segmento de nutrição e de suas práticas de contabilidade, que não forneceram uma “impressão acurada” do desempenho e das perspectivas do negócio. Além disso, os escritórios enxergam um aumento do risco de escrutínio regulatório sobre a ADM como consequência do escândalo, o que afetaria a empresa como um todo.

Os dados financeiros divulgados pela ADM, agora sob questionamento, indicavam até então que o segmento de nutrição contribuía mais com margens do que com faturamento. Da receita líquida de US$ 101,8 bilhões em 2022, o negócio sob Júdice representava apenas 7% do total, mas garantia 11% do lucro operacional, ao menos de acordo com os dados financeiros divulgados pela empresa no ano passado. A companhia dobrou de tamanho no ramo de nutrição em quatro anos, impulsionada sobretudo por aquisições, como a da Neovia, do Ziegler Group e da Florida Chemical Company em 2019, da Sojaprotein em 2021, entre outras transações. O Brasil é o segundo país com maior presença da ADM, atrás apenas dos Estados Unidos. Em solo brasileiro, a trading tem 11 fábricas do negócio de nutrição humana e animal. Além disso, a empresa também possui 37 centros de originação de grãos e 17 unidades de processamento de matéria-prima no negócio de trading e serviços agrícolas. Fonte: Globo Rural.