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17/Dec/2024

Biodiesel estimula investimentos no Brasil até 2027

De acordo com levantamento do Itaú BBA, indústrias de óleos vegetais devem investir cerca de R$ 11,3 bilhões entre 2025 e 2027 para ampliar a capacidade de esmagamento de soja. Os aportes se referem a 13 novos projetos mapeados pelo banco, que deverão adicionar uma capacidade de esmagamento de soja de 11,1 milhões de toneladas ao ano no Brasil. O que justifica esses investimentos é sobretudo o cenário promissor para a demanda por biodiesel no Brasil nos próximos anos. A atividade de esmagamento mostra rentabilidade no País. Foi preciso esmagar mais para atender a produção de biodiesel, que tem demanda contratada até 2030. O consumo de biodiesel no País deve sair de 9,3 bilhões de litros neste ano e alcançar 12,3 bilhões de litros em 2027. Com os investimentos mapeados, a capacidade de esmagamento de soja da indústria brasileira deverá ter incremento de 37 mil toneladas por dia até 2027.

Esses aportes aumentariam a capacidade instalada efetiva de processamento de 59,8 milhões de toneladas em 2024 para 72,1 milhões em 2027. Assim, a moagem estimada subiria de 54,5 milhões de toneladas neste ano para 66,3 milhões em 2027, crescimento anual de 6,8%. Além da política de aumento na mistura de biodiesel ao óleo diesel, cujo teor será de 15% em 2025, a Lei Combustível do Futuro, sancionada em outubro pelo governo, deve incrementar a procura pelo biocombustível. Há tempos não se via números tão grandes de recursos destinados ao esmagamento. Já havia uma ideia de que o aumento na produção de biodiesel iria acontecer, mas o Combustível do Futuro intensifica esse apelo por demanda, já que prevê a mistura de até 25%. À época da sanção do Combustível do Futuro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, estimou em R$ 260 bilhões o potencial de aportes do setor nos próximos anos.

Conforme cálculo divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), em maio, para atender o percentual de mistura de 25%, serão necessários investimentos de R$ 52,5 bilhões na construção de novas usinas e esmagadoras. Para medir o impacto desse aumento da capacidade de esmagamento, o Itaú BBA projetou cenários para o balanço entre oferta e demanda de soja no país nos próximos anos. A previsão é que a colheita passe dos 167 milhões de toneladas em 2024/25 para 178 milhões na safra 2026/27. No intervalo, as exportações sairiam de 105 milhões para 110 milhões de toneladas. Com o aumento na oferta de soja no País, o esmagamento deve registrar crescimento de 6,8% ao ano. Consequentemente, a produção de óleo de soja (principal matéria-prima do biodiesel) deve crescer quase 3 milhões de toneladas entre 2024 e 2027, para 12,8 milhões de toneladas.

A capacidade de esmagar mais soja também deve levar o Brasil a aumentar a produção de farelo, de 42,5 milhões de toneladas para 49,2 milhões. Para as exportações, o aumento será de 3,7 milhões, para 25,8 milhões de toneladas. O excedente exportável irá crescer de maneira acentuada, trazendo um ponto de atenção para esse mercado. A exportação deve ser maior, em linha com o consumo interno, porém, os estoques aumentariam de forma importante. Os estoques finais de farelo de soja no Brasil devem passar de 2 milhões de toneladas neste ano para 4,9 milhões em 2027. Caso o cenário se concretize, os preços relativos do farelo serão um vento a favor da indústria de proteína animal, já que ela deverá ter um dos seus principais insumos com preços muito competitivos. Isso por sua vez irá ajudar a absorver o excedente de farelo ao demandar mais insumos. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.