18/Dec/2024
Os contratos futuros de soja encerraram a sessão desta terça-feira (17/12) em queda na Bolsa de Chicago, pressionados pela forte desvalorização do óleo de soja e pelas condições favoráveis ao desenvolvimento da safra na América do Sul. O vencimento março recuou 7,25 cents (0,74%), e fechou a US$ 9,78 por bushel. O óleo de soja liderou as perdas entre os derivados, com o contrato março perdendo 112 pontos (2,66%), para 40,95 centavos de dólar por libra-peso. A queda refletiu temores de que a nova administração de Donald Trump, nos Estados Unidos, possa retirar estímulos à indústria de biocombustíveis.
O mercado está reagindo ao risco de menor demanda por óleo de soja nos Estados Unidos, enquanto segue entrando óleo comestível da China, que compete na produção de biodiesel. O enfraquecimento do petróleo no mercado internacional também contribuiu para a baixa, uma vez que reduz os incentivos para mistura de biodiesel. Além disso, o dólar valorizado ante o Real aumenta a competitividade da soja brasileira, estimulando exportações e pressionando os preços na Bolsa de Chicago. Na América do Sul, o clima segue favorável para a safra brasileira. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a semeadura da soja 2024/2025 atingiu 96,8% da área prevista até o dia 15 de dezembro, avanço de 2,7% em uma semana. O número está em linha com o ritmo do ano passado.
A consultoria AgRural já havia revisado a projeção da colheita brasileira para 171,5 milhões de toneladas, citando boas condições climáticas. No mercado de exportação, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportou a venda de 319 mil toneladas de soja, sendo 187 mil toneladas para a Espanha e 132 mil toneladas para destinos não revelados. Embora os dados tragam suporte, a oferta robusta esperada da América do Sul limitou uma reação mais positiva na Bolsa de Chicago. As condições climáticas no Brasil e a expectativa de uma safra recorde mantêm o mercado pressionado, com os investidores cautelosos em relação à competitividade norte-americana no início de 2025.