23/Jan/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta quarta-feira (22/01). Traders embolsaram lucros após o mercado ter acumulado valorização de 4,74% nas duas sessões anteriores. A declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que estaria considerando uma tarifa de 10% sobre produtos chineses em 1º de fevereiro, também pesou sobre os contratos. Trump também reiterou sua promessa de taxar em 25% produtos do México e do Canadá. Traders de grãos nos Estados Unidos temem que seus negócios sejam prejudicados por possíveis tarifas retaliatórias. Segundo a AgResource, o comércio agrícola dos Estados Unidos será alvo de retaliação tarifária.
O desempenho do óleo de soja, que recuou quase 3%, também pressionou as cotações da soja em grão. O vencimento março da oleaginosa perdeu 11,25 cents (1,05%), e fechou a US$ 10,56 por bushel. As perdas foram limitadas pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. De acordo com a estimativa mais recente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o Brasil deverá embarcar entre 1,80 milhão e 2,63 milhões de toneladas de soja em janeiro. A alta do farelo também impediu uma queda mais acentuada dos preços. O farelo foi impulsionado pela escassez de chuvas na Argentina, o principal exportador mundial do derivado. Atrasos na colheita no Brasil foram outro fator de suporte para as cotações.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os trabalhos estavam em 1,2% da área apta, contra 4,7% em igual período de 2024. O maior atraso é registrado em Mato Grosso, onde os trabalhos estavam em 1,5%, frente a 10,9% um ano antes. O mercado também acompanha a notícia de que a China suspendeu a compra de soja de cinco unidades de cinco empresas brasileiras. De acordo com o Ministério da Agricultura do Brasil, a alfândega chinesa detectou a presença de soja com revestimento de pesticidas e de pragas quarentenárias nos carregamentos avaliados. A Reuters afirmou que as unidades embargadas são da Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil, C.Vale Cooperativa Agroindustrial, Cargill Agrícola e ADM do Brasil.