20/Mar/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta quarta-feira (19/03), refletindo a ampla oferta brasileira no mercado de exportação. De acordo com a estimativa mais recente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o Brasil deverá embarcar entre 15 milhões e 16,13 milhões de toneladas de soja em março. Se confirmado o limite superior da projeção, o volume representará aumento de 19% em comparação com março de 2024, quando foram exportados 13,55 milhões de toneladas. O vencimento maio da oleaginosa recuou 4,50 cents (0,44%), e fechou a US$ 10,08 por bushel. O rápido avanço da colheita no Brasil também pesou sobre os contratos.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a colheita alcançava 69,8% da área semeada no dia 16 de março, avanço de 8,9% em relação à semana anterior. Na comparação com igual período da safra 2023/24, os trabalhos estão 8,2% adiantados. A guerra tarifária entre os Estados Unidos e alguns de seus principais parceiros comerciais também segue no radar. O panorama é mais negativo do que positivo, porque aparentemente não está havendo melhora nas conversas. Há tarifas projetadas para entrar em vigor em abril, envolvendo Estados Unidos, China, União Europeia e outros países.
Além disso, o governo de Donald Trump está considerando a cobrança de taxas portuárias de US$ 1 milhão a navios operados por chineses e de US$ 1,5 milhão a navios construídos na China. As perdas foram limitadas pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. A expectativa de uma área semeada menor nos Estados Unidos também impediu uma queda mais acentuada dos preços. Deve ser confirmado um corte significativo na área de soja norte-americana e, com essa questão das tarifas, esse ajuste pode ser ainda maior. Não surpreenderia se a redução ficasse entre 2,02 ou 2,43 milhões de hectares.