28/Apr/2025

A demanda externa por grãos e carne dos Estados Unidos está sendo afetada pela guerra comercial global. A China reduziu suas compras de soja dos Estados Unidos e cancelou compras de carne suína, de acordo com os dados semanais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Analistas acreditam que os preços de commodities agrícolas ficarão sob forte pressão se essa tendência persistir. Segundo a Consus Ag Consulting, se houver grandes cancelamentos novamente nesta semana, o mercado deve reagir. Segundo o USDA, a China cancelou compras de 12 mil toneladas de carne suína dos Estados Unidos na semana encerrada em 17 de abril. Os dados são os primeiros que abrangem uma semana completa de vendas após a recente escalada da disputa tarifária entre Estados Unidos e China.

Além disso, o USDA informou que a China comprou apenas 1,8 mil toneladas de soja no período, um número muito inferior às 72,8 mil toneladas compradas na semana encerrada em 10 de abril. O presidente norte-americano Donald Trump aumentou as tarifas sobre produtos chineses para 84% no início deste mês, valor que depois foi elevado para 145%. Isso levou a China a responder com uma tarifa de 125% sobre produtos dos Estados Unidos. Apesar disso, muitos traders e analistas preferem esperar antes de tirar conclusões sobre a demanda futura da China, o maior comprador de soja dos Estados Unidos e um destino importante para a carne suína norte-americana. Segundo a corretora agrícola Central States Commodities, diversos fatores sazonais poderiam explicar a ausência temporária da China nas compras de soja americana. A China frequentemente reduz as compras na primavera do Hemisfério Norte, período em que os agricultores dos Estados Unidos estão começando o plantio de suas próximas safras.

Segundo a Associação Americana da Soja, se as tarifas forem mantidas, o mercado espera uma queda nos preços das commodities agrícolas dos Estados Unidos, já que a China absorve 60% das exportações de soja norte-americana. No caso da soja, substituir a demanda chinesa é extremamente difícil, e sua ausência pode causar impactos em toda a cadeia de suprimentos. Mas, analistas e traders reconhecem que a volatilidade em torno das decisões tarifárias de Trump torna difícil prever os movimentos futuros do mercado. Na semana passada, Donald Trump sinalizou disposição para reduzir as tarifas atuais sobre produtos chineses, embora a China esteja exigindo que essa redução ocorra de forma unilateral. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.