ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

28/Apr/2025

Preços da soja pressionados no mercado interno

A desvalorização de mais de 3% do dólar na semana passada limitou os negócios envolvendo a soja no spot nacional, à medida que esse cenário afasta parte dos produtores brasileiros do mercado. Esses vendedores estão cautelosos, apostando em recuperação nos preços nas semanas seguintes, fundamentados na possível intensificação dos envios à China. De fato, a maior disponibilidade de soja na safra 2024/2025 deve favorecer o escoamento do Brasil ao país asiático caso a guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos se prolongue. Quanto aos preços no spot nacional, estão pressionados pela menor liquidez e pelo avanço da colheita no Brasil e na Argentina. E nem mesmo as reações no preço FOB no porto e nos prêmios de exportação são suficientes para sustentar os valores no mercado brasileiro. E são justamente as expectativas de aumento nos embarques brasileiros nesta temporada que têm elevado os prêmios de exportação da soja nos portos.

Com base no Porto de Paranaguá (PR) e no embarque em maio/2025, o prêmio de exportação de soja é ofertado entre +US$ 0,24 e +US$ 0,25 por bushel pelo comprador e a +US$ 0,70 por bushel pelo vendedor. Diante disso e da valorização externa, o preço FOB da soja no Porto de Paranaguá registra alta de 2% nos últimos sete dias, passando para US$ 413,20 por tonelada (US$ 24,79 por saca de 60 Kg), o maior patamar para este embarque desde 7 de outubro de 2024. A paridade de exportação de soja é calculada em R$ 141,03 por saca de 60 Kg, para embarque em maio/2025, significativamente acima dos valores praticados no mercado spot nacional. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta recuo de 1,1%, cotado a R$ 135,13 por saca de 60 Kg.

Para embarque em junho/2025, a paridade de exportação é calculada em R$ 144,33 por saca de 60 Kg e, para julho/2025, em R$ 147,80 por saca de 60 Kg. Para embarques em 2026, a paridade de exportação também está maior que a do mercado spot, em R$ 146,08 por saca de 60 Kg para fevereiro/2026; em R$ 142,65 por saca de 60 Kg para março/2026; em R$ 144,40 por saca de 60 Kg para abril/2026 e em R$ 146,16 por saca de 60 Kg para maio/2026. No mercado interno, a média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra queda de 2,3% nos últimos sete dias, a R$ 129,06 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a baixa é de 1,7% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 1,3% no mercado de lotes (negociações entre empresas). As negociações envolvendo os derivados seguem em ritmo lento. Os consumidores de farelo de soja até sinalizam maior interesse, mas realizam poucos fechamentos para recebimento na próxima quinzena.

Os preços do farelo de soja apresentam queda de 1,3% nos últimos sete dias. A comercialização de óleo de soja segue ainda mais pontual, diante da baixa demanda das indústrias de biodiesel no País. O óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra média de R$ 6.698,84 por tonelada, baixa de 0,3% nos últimos sete dias. A queda doméstica é limitada pela valorização externa do óleo. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros do óleo de soja estão em alta, retornando aos patamares negociados em dezembro de 2023. Essa alta está atrelada à firme demanda norte-americana, sobretudo para a produção de biodiesel, e à maior procura externa. Esse cenário, por sua vez, gera expectativa de crescimento na demanda por soja em grão para processamento nos Estados Unidos. Nos últimos sete dias, o contrato de primeiro vencimento (Maio/2025) do óleo de soja tem valorização de significativos 4,6%, a US$ 1.094,58 por tonelada, este é o maior valor para o contrato de primeiro vencimento desde 21 de dezembro de 2023.

Com isso, o contrato Maio/2025 da oleaginosa tem avanço 1,4% nos últimos sete dias, a US$ 10,53 por bushel. O contrato de mesmo vencimento do farelo de soja registra recuo de 2,7% no mesmo comparativo, a US$ 318,23 por tonelada. A baixa do farelo está atrelada às expectativas de maior excedente do derivado. A colheita segue avançando no Brasil e na Argentina. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 19 de abril, 92,5% da área nacional de soja havia sido colhida, superando os 86,8% registrados no mesmo período de 2024. Na Argentina, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, as atividades de campo alcançaram 14,5% dos 18,4 milhões de hectares cultivados. A produção segue estimada em 48,6 milhões de toneladas. No Hemisfério Norte, o cultivo da temporada 2025/2026 alcançou 8% até o dia 20 de abril, avanço de 6% em uma semana, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.