30/Apr/2025

No mercado interno de soja, os preços registraram queda entre R$ 1,00 e R$ 2,00 por saca de 60 Kg nesta terça-feira (29/04). O dólar completou nesta terça-feira (29/04) a oitava sessão consecutiva de perdas, dando continuidade ao movimento mais recente de valorização dos ativos brasileiros, com investidores à espera da divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos no restante da semana. A expectativa de novo alívio na política tarifária dos Estados Unidos também favorecia algumas moedas de emergentes, como o Real. O dólar fechou em baixa de 0,32%, a R$ 5,63. Nos últimos oito dias úteis, a divisa acumulou perdas de 4,42%. Em abril a moeda acumula queda de 1,34%.

A moeda norte-americana seguiu o roteiro de sessões recentes: registrou leves ganhos na abertura e migrou para o território negativo na sequência. O mercado está à espera de dados relevantes, como o PIB norte-americano nesta quarta-feira (30/04) e o payroll na sexta-feira (02/05). Dependendo de como vierem estes dados, será possível dar um direcionamento melhor no câmbio. No mercado, a percepção é de que os números podem trazer uma visão mais clara sobre o rumo da economia dos Estados Unidos, que lida atualmente com dilemas trazidos pela guerra tarifária do governo de Donald Trump. Nesta terça-feira (29/04), o governo dos Estados Unidos afirmou que Trump assinará um decreto para amenizar o impacto de suas tarifas no setor automotivo.

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em queda nesta terça-feira (29/04), refletindo o rápido avanço do plantio nos Estados Unidos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que os trabalhos estavam em 18% no dia 27 de abril, ante 17% um ano antes e 12% na média de cinco anos. Analistas esperavam que o plantio estivesse em 17%. O vencimento julho da oleaginosa recuou 9,75 cents (0,92%), e fechou a US$ 10,52 por bushel. O desempenho do óleo de soja, que caiu mais de 2%, também pesou sobre os contratos. O derivado, por sua vez, passou por realização de lucros após altas recentes e foi influenciado também pelo enfraquecimento do petróleo.

A ampla oferta do Brasil no mercado de exportação e a disputa tarifária entre Estados Unidos e China, que está levando o país asiático a redirecionar compras de soja dos Estados Unidos para a América do Sul, foram outros fatores de pressão. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a colheita da soja no Brasil atingiu 94,8% da área apta até o dia 27 de abril, contra 90,5% em igual período do ano passado e 93,5% na média dos últimos cinco anos. O USDA informou que exportadores dos Estados Unidos relataram venda de 110 mil toneladas de soja para destinos não revelados, com entrega no ano comercial 2024/2025.

Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, a indicação de compra é de R$ 118,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. Para a safra 2025/2026, praticamente não há novas indicações de preço e os produtores seguem cautelosos, avaliando os custos antes de fechar novos contratos. Em São Paulo, na região de Campinas, as indicações CIF para entrega nos portos estão em R$ 137,00 por saca de 60 Kg no Porto de Paranaguá (PR), para entrega em maio com pagamento em 20 de junho. Para a safra 2025/2026, a indicação CIF é de R$ 137,00 por saca de 60 Kg, para entrega entre fevereiro e março de 2026.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.