16/May/2025

A XP Investimentos prevê que a supersafra brasileira de grãos 2024/2025, que está sendo colhida, deve manter a pressão sobre os preços de soja e milho no País. A guerra tarifária entre Estados Unidos e China tem impacto altista limitado sobre os preços, já que o país asiático já era importante comprador de grãos brasileiros. Neste ano, ainda que haja cenário favorável de demanda, o Brasil vai entregar uma safra recorde. O agro é mais conduzido pela oferta do que pela demanda. Com o aumento da oferta, há pressão de custos e os preços de commodities podem diminuir.

Para o milho, a previsão é de continuidade da queda dos preços no curto prazo e reposição de estoque ao fim do ano em virtude da 2ª safra de 2025 maior, apesar do consumo interno forte. Há incertezas quanto ao saldo das tarifas, mas, no caso do milho, hoje o preço doméstico é mais alto que o internacional com demanda do setor de proteínas e consumo do cereal para etanol de milho. É uma distorção positiva para o produtor, mas uma distorção que não deve durar muito por efeitos externos com a China entregando safra cheia e produção norte-americana maior. Essa distorção ainda deve ser corrigida conforme o milho buscar a paridade internacional.

Havia expectativa no mercado de elevação dos preços de grãos em virtude da guerra tarifária, assim como ocorreu em 2018 no primeiro conflito comercial sino-americano. Houve mudanças no cenário ao longo dos anos, como o fato de a China já ser hoje um grande comprador de soja e milho do Brasil, diferentemente de 2018. Além disso, as safras do Brasil cresceram ano a ano de 2019 a 2025. É pouco provável que as tarifas entre China e Estados Unidos fiquem em nível acima de 100%, o que geraria competitividade para as commodities brasileiras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.