09/Jun/2025
A firme demanda, sobretudo externa, interrompeu o movimento de queda nos prêmios de exportação de soja e dos derivados. Esse cenário, por sua vez, dá sustentação às cotações domésticas. A liquidez no mercado spot nacional, contudo, segue lenta. Os agentes nacionais estão atentos à possibilidade de um acordo comercial entre a China e os Estados Unidos. Em maio, o Brasil exportou 14,09 milhões de toneladas do grão, 4,9% a mais que o embarcado há um ano, mas 7,7% abaixo do volume escoado em abril, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Na parcial deste ano (até maio), os embarques somam quantidade recorde, de 51,52 milhões de toneladas de soja, 2,7% acima do vendido em período equivalente de 2024.
O principal canal de escoamento foi o Porto de Santos (SP), responsável por 37,5% das exportações de soja na parcial deste ano. Para o segundo semestre, os produtores mostram interesse em negociar a oleaginosa, estimulados pelo maior prêmio de exportação em detrimento do mercado spot e, consequentemente, pela paridade de exportação mais atrativa. A paridade de exportação de soja é calculada em R$ 143,52 por saca de 60 Kg para embarque em julho/2025, diferença de quase R$ 10,00 por saca de 60 Kg frente ao mercado spot. Para embarques em 2026, a paridade de exportação também opera acima dos valores do spot, em R$ 143,63 por saca de 60 Kg para fevereiro/2026; em R$ 140,59 por saca de 60 Kg para março/2026; em R$ 142,36 por saca de 60 Kg para abril/2026 e em R$ 145,26 por saca de 60 Kg para maio/2026. Para este cálculo, foi utilizado o dólar futuro negociado na B3 o dia 5 de junho.
Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta avanço de 0,8%, cotado a R$ 134,04 por saca de 60 Kg. A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra leve queda de 0,2% nos últimos sete dias, a R$ 127,97 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores registram alta de 0,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e 0,1% no mercado de lotes (negociações entre empresas). Além do ritmo elevado das exportações, o setor de soja no Brasil espera aumento na demanda das indústrias nacionais pelo grão, visando atender à crescente procura internacional por farelo e óleo.
No entanto, a maior oferta na Argentina pode limitar o escoamento brasileiro de derivados. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 88,7% da área de soja em grão havia sido colhida até 4 de junho, 3,5% inferior ao mesmo período da safra passada. As atividades de campo seguem favorecidas pelas condições climáticas, e a Argentina deve colher 50 milhões de toneladas. Ainda assim, de acordo com a Secex, os embarques de farelo de soja no Brasil alcançaram, em maio, o maior volume desde agosto de 2023, somando 2,36 milhões de toneladas, crescimentos de 11,2% frente ao volume de abril/2025 e de 12,4% em relação ao de maio/2024. Na parcial deste ano (de janeiro a maio), saíram dos portos brasileiros um recorde de 9,64 milhões de toneladas de farelo de soja, 2,95% acima do volume escoado em igual período de 2024.
A Indonésia segue como o principal destino do farelo de soja brasileiro. Esse cenário sustenta os prêmios de exportação do derivado no Brasil. Ainda assim, os prêmios atuais do farelo de soja operam nos menores patamares desde 2019, quando considerados os meses de junho. Nos últimos sete dias, a média do farelo de soja tem leve avanço de 0,1%. Quanto às exportações do óleo de soja, observam-se altas significativas nos volumes, de 66% na comparação mensal e de 44,65% na anual. A Índia foi o principal destino do óleo de soja brasileiro, recebendo 81,3% do volume embarcado. Com isso, o óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS incluso) está cotado a R$ 6.320,16 por tonelada, alta de 0,5% nos últimos sete dias. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.