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10/Jun/2025

Preços da soja pressionados pela queda do dólar

No mercado interno de soja, os preços fecharam em baixa entre R$ 0,50 e R$ 2,00 por saca de 60 Kg nesta segunda-feira (09/06). Após instabilidade e troca de sinais, com investidores digerindo as medidas fiscais propostas e em estudo pelo governo para substituir parte do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o dólar se firmou em queda na reta final dos negócios e fechou em baixa de 0,13%, a R$ 5,56. Foi o terceiro pregão seguido de recuo da moeda norte-americana, que está nos menores níveis desde o início de outubro/2024 e já acumula desvalorização de 2,74% em junho e de 9,99% em 2025. Segundo a Nova Futura Investimentos, o mercado estressou no início da sessão porque só se falava das medidas pelo lado da receita.

Depois, apareceram sinais de que o governo vai tentar algo do lado do controle de gastos. Ressalta-se que o dólar caia praticamente em relação a todas as moedas. A avaliação entre economistas é que as medidas, se forem aprovadas, podem levar o governo a cumprir as metas fiscais até o fim do mandato do governo Lula, mas não resolvem a questão estrutural das contas públicas, que caminham para um estrangulamento em 2027. Além disso, ausência de propostas imediatas de cortes de gastos provocou certo ruído. O combinado após o encontro é que os líderes vão levar as medidas para a base e avaliar quais temas têm chance de avançar para discussão.

Para a EQI Investimentos, era de se esperar um comportamento mais volátil da taxa de câmbio nesta segunda-feira (08/06), com investidores ainda digerindo as medidas propostas pelo governo. Porém, a tendência global de queda do dólar e a valorização das commodities ao longo do primeiro semestre, ao lado de uma taxa de juros local atrativa para o carry trade, tendem a dar sustentação ao Real. Não houve novidades nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos, mas há um movimento estrutural de queda do dólar no exterior que ajuda o câmbio no Brasil, com destaque para o recuo de quase 9% neste ano do índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes. No Brasil, havia o temor de um Banco Central mais permissivo com a inflação, mas isso não aconteceu. A taxa de juros tende a permanecer alta e isso favorece o carry trade.

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em terreno negativo, mas perto da estabilidade nesta segunda-feira (09/06). O mercado foi influenciado em parte pelo clima favorável para o encerramento do plantio e o desenvolvimento inicial das lavouras nos Estados Unidos. O vencimento julho da oleaginosa perdeu 1,25 cent (0,12%), e fechou a US$ 10,56 por bushel. A ampla oferta brasileira no mercado de exportação foi outro fator baixista para os preços. A China importou 13,92 milhões de toneladas de soja em maio deste ano, aumento de 36,2% ante maio de 2024, de acordo com dados preliminares publicados pela Administração Geral de Alfândegas da China (GACC). A maior parte desse volume deve ter sido fornecida pelo Brasil.

Dados recentes do USDA mostraram que o país asiático cancelou compras de soja norte-americana nas últimas semanas de maio. Ao mesmo tempo, o Brasil ampliou suas exportações em 4,91% no mês passado, para 14,09 milhões de toneladas. Esses fatores foram contrabalançados por dados de inspeção de embarques dos Estados Unidos. O USDA informou que 547.040 toneladas de soja foram inspecionadas para exportação em portos norte-americanos na semana até 5 de junho, aumento de 81,5% ante a semana anterior. Assim como nas últimas semanas, porém, a China não apareceu entre os destinos. Traders também aguardam notícias sobre as negociações comerciais entre representantes dos Estados Unidos e da China, que ocorreram nesta segunda-feira (09/06) em Londres. A soja não tem chance de subir de forma significativa a menos que as relações entre Estados Unidos e China comecem a melhorar.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, os compradores indicam R$ 132,00 por saca de 60 Kg, para julho e R$ 136,00 por saca de 60 Kg, para agosto com embarque entre julho e agosto. Também há indicação de R$ 130,00 por saca de 60 Kg, para fim de junho. Para safra 2025/2026, a indicação é de R$ 136,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em fevereiro e pagamento em março de 2026. No Porto de Paranaguá, a indicação é de R$ 136,00 por saca de 60 Kg CIF. Em Mato Grosso do Sul, na região de Chapadão do Sul, os compradores indicam no spot R$ 112,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e liquidação em até 10 dias. Para embarque em agosto, a indicação é de R$ 116,00 por saca de 60 Kg FOB, para pagamento em 30/08. Para setembro, os compradores indicam R$ 118,50 por saca de 60 Kg FOB. Para safra 2025/2026, os compradores indicam R$ 119,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em fevereiro de 2026 e pagamento em março.

Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.