12/Jun/2025
No mercado interno de soja, os preços fecharam em baixa entre R$ 0,50 e R$ 2,00 por saca de 60 Kg nesta quarta-feira (11/06). As notícias de um acordo comercial entre Estados Unidos e China e, em especial, a inflação norte-americana abaixo do esperado em maio colocaram o dólar em trajetória de baixa ao redor do mundo, o que fez a divisa fechar esta quarta-feira (11/06) também em queda ante o Real, no menor valor do ano. O dólar à vista fechou em baixa de 0,53%, a R$ 5,53, o menor valor de encerramento desde 8 de outubro do ano passado. Em 2025 a moeda dos Estados Unidos acumula baixa de 10,35%. O noticiário vindo do exterior foi amplamente favorável à queda do dólar. Os mercados reagiam à informação de que Estados Unidos e China concluíram o acordo comercial.
Pelo acordo, conforme o presidente norte-americano, Donald Trump, a China vai remover as restrições às exportações de minerais de terras raras e outros componentes industriais. Além disso, os produtos chineses serão tarifados pelos Estados Unidos em 55%, enquanto os itens norte-americanos terão alíquota de 10% cobrada pelos chineses. O acordo foi bem recebido pelo mercado. Mais do que o acordo EUA-China, a divulgação de dados favoráveis da inflação norte-americana pesou sobre as cotações do dólar ante boa parte das demais divisas. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,1% em maio, depois de alta de 0,2% em abril. Em 12 meses até maio, o índice avançou 2,4%, de 2,3% em abril. Os números do CPI elevaram as apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o que se refletiu na queda global do dólar.
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta quarta-feira (11/06). Um acordo preliminar entre Estados Unidos e China deu algum suporte aos preços no início da sessão, mas esse fator foi ofuscado pelo clima favorável em regiões de cultivo dos Estados Unidos e pela ampla oferta do Brasil no mercado de exportação. O vencimento julho da oleaginosa recuou 7,25 cents (0,69%), e fechou a US$ 10,50 por bushel. Porém, os negociadores praticamente não fizeram acordos específicos e se limitaram a declarações de boa vontade, de modo que o mercado se concentrará na recuperação ou não da demanda chinesa por soja norte-americana. O entusiasmo entre traders pode ser limitado, a menos que surjam discussões sobre novas obrigações de compra de produtos agrícolas. As boas perspectivas para a safra norte-americana seguem pressionando as cotações. Se o clima se mantiver benéfico, ralis serão limitados e os preços provavelmente recuarão nas próximas semanas. Também pesou sobre os contratos a ampla oferta brasileira. Investidores também ajustaram posições antes do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
No Paraná, na região de Cascavel, a indicação de compra está entre R$ 142,00 e R$ 143,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá, para entrega e pagamento em agosto. Para embarque e pagamento em junho ou julho, a indicação de compradores de mercado interno está entre R$ 128,00 e R$ 132,00 por saca de 60 Kg FOB, enquanto os exportadores indicam R$ 135,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Paranaguá. Para safra 2025/2026, os compradores indicam R$ 138,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em fevereiro e R$ 136,00 por saca de 60 Kg, para embarque em março, ambos com pagamento 30 dias após retirada. Em Mato Grosso, na região de Sinop, a indicação é de R$ 113,50 por saca de 60 Kg FOB, para embarque e pagamento em julho. No disponível, sobre rodas, a indicação é de R$ 106,00 por saca de 60 Kg. Para safra 2025/2026, a indicação de compra está entre US$ 18,00 e US$ 18,50 por saca de 60 Kg, para embarque no primeiro trimestre de 2026.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.