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25/Aug/2025

Preço da soja está em alta no mercado doméstico

Os preços do complexo soja estão firmes no mercado brasileiro. O impulso vem da maior demanda pelo grão e da valorização do dólar. O câmbio está movimentando as negociações nos portos, acirrando a disputa entre consumidores domésticos e importadores. Além disso, a redução dos custos com frete eleva os valores no interior do País. Nesse cenário, os Indicadores de preços do Cepea alcançam as máximas do ano. Nos últimos sete dias, o Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&F, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no Porto de Paranaguá, apresenta alta de 1,5%, cotado a R$ 142,92 por saca de 60 Kg, o maior nominal desde 10 de dezembro de 2024. A paridade de exportação, por sua vez, segue acima das negociações no spot nacional, o que tem incentivado negócios para o próximo mês.

Ainda com base no Porto de Paranaguá (PR) e no dólar futuro negociado na B3 no dia 21 de agosto, a paridade de exportação da soja é calculada em R$ 146,80 por saca de 60 Kg para embarque em setembro/2025; em R$ 150,54 por saca de 60 Kg para outubro/2025; e em R$ 153,56 por saca de 60 Kg para embarque em novembro/2025. No mercado regional, a média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ registra avanço de 2,6% nos últimos sete dias, a R$ 136,83 por saca de 60 Kg, o maior nominal desde 18 de dezembro de 2024. Nos últimos sete dias, os preços da soja registram alta de 1,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,6% no mercado de lotes (negociações entre empresas). As negociações dos derivados estão aquecidas, sobretudo as envolvendo o farelo para exportação.

Atentos às recentes valorizações e temendo altas mais significativas, os consumidores domésticos realizam aquisições para completar os estoques. O preço do farelo de soja tem avanço de 1,4% nos últimos sete dias. O preço do óleo de soja (posto em São Paulo com 12% de ICMS) registra leve alta de 0,2% nos últimos sete dias, indo para R$ 7.084,47 por tonelada, o maior patamar nominal desde 19 de dezembro de 2024. Ainda que os preços dos derivados tenham avançado, a valorização do grão é mais intensa, o que limita a margem de lucro das indústrias. Observa-se queda de 14,65% na “crush margin” nos últimos sete dias, passando para R$ 364,18 por tonelada. O retorno financeiro das indústrias esmagadoras em relação ao custo da soja saiu de 20,7% no dia 14 de agosto, para 17% agora.

Os contratos futuros do complexo soja estão em alta na Bolsa de Chicago, influenciados pela maior demanda global por farelo de soja e pelo reaquecimento na procura por óleo de soja para a produção de biodiesel nos Estados Unidos. A demanda estrangeira pela oleaginosa norte-americana também está aquecida, mesmo com a diminuição nas negociações entre a China e os Estados Unidos. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os embarques norte-americanos nesta temporada (de setembro/2024 a 14 de agosto de 2025) estão 11,6% acima do volume escoado em igual período do ano passado e já supera em 5,62% o total exportado na safra passada (2023/2024), somando 48,87 milhões de toneladas de soja. Este volume equivale a 95,8% do total estimado para esta temporada, que se encerra no dia 31 deste mês.

Além disso, o clima quente e seco no Meio Oeste dos Estados Unidos vem deixando agentes de mercado apreensivos, tendo em vista que esse contexto pode prejudicar a produção das lavouras de soja da safra 2025/2026, que, vale lembrar, já é projetada pelo USDA para ser 1,7% menor que a produção de 2024/2025. Diante disso, na Bolsa de Chicago, o contrato de primeiro vencimento (Setembro/2025) da soja está cotado a US$ 10,34 por bushel, aumento de 2,7% nos últimos sete dias. O contrato Setembro/2025 do farelo de soja registra valorização de expressivos 4,4% no mesmo período, a US$ 327,16 por tonelada. O contrato de mesmo vencimento do óleo de soja tem alta de significativos 3,2%, nos últimos sete dias, a US$ 1.182,55 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.