16/Sep/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em leve baixa nesta segunda-feira (15/09), com embolso de lucros após a alta de 1,87% acumulada na semana passada. O avanço da colheita nos Estados Unidos também pesou sobre os contratos. O vencimento novembro da oleaginosa recuou 3,50 cents (0,33%), e fechou a US$ 10,42 por bushel. Para a soja, porém, o ponto central continua sendo a ausência da China do mercado norte-americano. A China ainda não comprou soja dos Estados Unidos, e os traders temem que a demanda pela nova safra seja muito menor este ano. Os preços ainda estão mais altos no Brasil, mas a China e outros importadores continuam comprando lá por razões políticas.
As vendas pendentes de soja dos Estados Unidos para 2025/2026 estavam em cerca de 8 milhões de toneladas em 28 de agosto, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O volume representa queda de 32% na comparação anual, de 50% ante a média de três anos e o nível mais baixo antes do início de um ano comercial desde 2019. O ano comercial para o milho e a soja começa em 1° de setembro. Vendas pendentes são vendas acordadas, mas que ainda não foram embarcadas. As perdas foram limitadas por dados de exportação dos Estados Unidos. O USDA informou que 804.352 toneladas de soja foram inspecionadas para embarque em portos norte-americanos na semana até 11 de setembro, aumento de 72% ante a semana anterior.
A queda do dólar ante o Real e o avanço do petróleo também impediram uma queda mais acentuada dos preços. O recuo da moeda norte-americana tende a desestimular as exportações brasileiras, enquanto a alta do petróleo faz com que refinarias tenham mais incentivo para misturar biodiesel ao diesel. Na sexta-feira (12/09), os preços do grão subiram apesar de o USDA ter aumentado sua estimativa para a produção nos Estados Unidos, contrariando expectativas. A previsão de produtividade foi reduzida levemente, mas isso foi compensado por um aumento na projeção de área colhida. Para alguns analistas, o USDA terá de cortar suas estimativas nos próximos relatórios.
Com o avanço da colheita nos Estados Unidos, a tendência é de que comecem aparecer os sinais do tempo quente e seco que afetou as lavouras nos estágios finais de desenvolvimento. No Brasil, a AgRural informou que a semeadura da safra de soja 2025/2026 atingiu, no dia 11 de setembro, 0,12% da área estimada para o País, em comparação com 0,02% uma semana antes e 0,06% no mesmo período da safra passada 2024/2025. O ritmo é puxado pelo Paraná, mas também já há plantio em Mato Grosso e São Paulo. Embora ainda não se possa falar em atraso, o ritmo de Mato Grosso ainda é lento por causa da baixa umidade.