10/Oct/2025
Segundo a AgResource, um possível acordo comercial agrícola entre Estados Unidos e China continua distante, e a janela de vendas norte-americanas de soja para s China se estreita com a aproximação da safra brasileira. A percepção é e que o acordo comercial agrícola específico ainda está bem longe. Os Estados Unidos já perderam entre 12,2 milhões e 13,6 milhões de toneladas de exportações de soja para a China neste ciclo. Essa avaliação ganhou força após a China anunciar a exigência de licenças de exportação para minerais e metais de terras raras, movimento interpretado como pressão adicional sobre os Estados Unidos às vésperas da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), marcada para o fim de outubro em Seul, Coreia do Sul. As tensões entre os Estados Unidos e a China estão elevadas e podem estar aumentando, e isso provavelmente não é bom para o mercado.
A expectativa é que eventuais negociações não resultem em acordo nos moldes anteriores, com a China se comprometendo a comprar volumes específicos de commodities norte-americanas. O cenário mais provável envolve tarifas sobre produtos chineses e, caso haja avanço, investimentos chineses nos Estados Unidos sem compromissos diretos de compra de produtos agrícolas. A grande questão será se os Estados Unidos conseguem vender algo antes da safra brasileira. A produção brasileira de soja 2025/2026 pode atingir 180 milhões de toneladas caso o País não tenha problemas climáticos, o que representaria novo recorde. As primeiras exportações devem começar no fim de janeiro, reduzindo a janela de vendas norte-americana para a China. A paralisação do governo dos Estados Unidos suspendeu a divulgação do relatório de oferta e demanda (Wasde), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Se o governo não reabrir até 25 de outubro, o relatório de novembro também pode ser comprometido.
As estimativas não oficiais para a produtividade da soja indicam que o rendimento deve ficar um pouco abaixo das estimativas oficiais, em torno de 67 sacas de 60 Kg por hectare. Mesmo que o governo norte-americano não estivesse paralisado e o relatório de safra tivesse sido divulgado normalmente, o mercado reagiria de forma semelhante, já que os fundamentos indicam oferta abundante. Os preços tendem a permanecer estáveis até que haja definição sobre o acordo comercial ou sobre o clima na América do Sul. A decisão chinesa de restringir exportações de terras raras ocorre em meio à disputa tecnológica com os Estados Unidos. A China produz cerca de 90% dos produtos de terras raras globais, insumos essenciais para a fabricação de chips de alta tecnologia e aplicações de inteligência artificial. A guerra comercial tem a agricultura norte-americana como dano colateral, mas o centro da tensão gira em torno do controle tecnológico. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.