10/Oct/2025
Segundo a StoneX, as novas restrições impostas pela China ao comércio de minerais de terras raras devem aumentar as dificuldades nas negociações com os Estados Unidos sobre tarifas e exportações agrícolas. A medida complica a capacidade do governo Trump de colocar as commodities na frente das discussões comerciais com Xi Jinping. A China adicionou cinco minerais à lista de produtos com controle rígido de exportação, elevando para 12 o total de 17 elementos considerados críticos para a indústria global. As restrições entram em vigor em 8 de novembro, dois dias antes do vencimento do atual acordo comercial entre os dois países. A China controla cerca de 90% do processamento mundial desses minerais, usados em eletrônicos, veículos e sistemas de defesa.
Essa decisão dá a Xi uma nova alavanca de pressão num momento em que os Estados Unidos tentam negociar maior abertura para exportações agrícolas. A decisão ocorre no contexto da nova rodada de tensões comerciais e pode alterar o equilíbrio nas conversas previstas para o fim de outubro. A China adicionou minerais estratégicos à lista e isso reduz o espaço para concessões sobre soja. O governo norte-americano quer discutir comércio agrícola; o chinês, segurança industrial. A medida chega num momento em que a balança comercial agrícola já está fragilizada pela ausência da China no mercado de soja dos Estados Unidos. A China é o maior comprador e representa 25% da produção norte-americana. Hoje, esse número é zero.
Mesmo uma eventual compra de 10 milhões de toneladas pela China ainda seria insuficiente para reverter a tendência de alta dos estoques norte-americanos. Seria preciso um acordo muito maior para mudar esse quadro. O desfecho das negociações pode depender do resultado do encontro entre Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul, previsto para o fim do mês. Se as restrições entrarem em vigor sem um acordo agrícola, os Estados Unidos terão pouca margem de manobra. O impacto vai além da soja. Nesta quinta-feira (09/10), o presidente norte-americano mencionou que é possível que os Estados Unidos tenham que parar de importar grandes quantidades de produtos da China, e mencionou que quer discutir sobre soja com seu homólogo chinês, Xi Jinping. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.