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25/Nov/2025

Tensões geopolíticas ameaçam acordo EUA-China

Segundo a StoneX, a China comprou cerca de 2,2 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos desde o início das negociações do acordo comercial anunciado em outubro, mas o volume ainda está distante da meta de 12 milhões de toneladas até o fim do ano. A escalada de tensão entre China, Japão e Taiwan pode comprometer o acordo ainda em negociação. O mercado começou a semana sob pressão, com quedas em grãos, óleos e energia em um ambiente de aversão ao risco. O índice VIX, indicador de volatilidade de Wall Street, continua elevado. A China está comprando algumas cargas, inclusive de trigo, dando sinais de que quer agradar aos Estados Unidos. Mas, ainda há dúvidas importantes sobre a entrega do volume combinado. Os presidentes Donald Trump e Xi Jinping firmaram um acordo apenas verbal no fim de outubro, durante encontro na Coreia do Sul. Os Estados Unidos anunciaram que a China compraria 12 milhões de toneladas de soja até dezembro e 25 milhões de toneladas por ano pelos três anos seguintes. A China, porém, nunca confirmou oficialmente esses números.

O governo norte-americano dizia que tudo estaria assinado na semana seguinte. Já se passaram várias semanas e o documento não apareceu. A secretária de Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, voltou a dizer nesta segunda-feira (24/11) que o acordo deve sair nesta ou na próxima semana. A situação ficou mais delicada depois que a nova primeira-ministra do Japão declarou, em outubro, que defenderia Taiwan militarmente, se necessário. A fala provocou reação imediata da China, com restrições informais a viagens, redução no fluxo de passageiros e medidas que afetaram o comércio bilateral. A China também intensificou atividades militares próximas à península coreana. O Japão não recuou, e o embaixador dos Estados Unidos no país declarou apoio total ao Japão. Isso traz os Estados Unidos para dentro da disputa. O Senado dos Estados Unidos aprovou projeto que flexibiliza restrições a visitas oficiais a Taiwan que vigoravam há 40 anos. Os chineses estão observando se Donald Trump vai assinar ou vetar o texto. Qualquer passo visto como apoio à independência de Taiwan pode implodir o acordo comercial.

Além da tensão geopolítica, os minerais de terras raras continuam sendo o principal obstáculo nas negociações. O ponto central de qualquer acordo com a China são as terras raras e os ímãs. A china segue encontrando maneiras de restringir o acesso a materiais essenciais para a indústria e para a defesa dos Estados Unidos. A China produz cerca de 60% da oferta mundial desses minerais e controla 90% do processamento. As reservas chinesas não exploradas chegam a 44 milhões de toneladas, quase metade do total global. O país domina praticamente a totalidade da produção de minerais pesados, como disprósio e térbio, usados em equipamentos militares. A China intensificou investimentos na África, região que concentra cerca de 30% das reservas globais, oferecendo tarifas zero para estreitar laços e desenvolver infraestrutura de mineração local. Um eventual acordo de paz na Ucrânia poderia ampliar o acesso dos Estados Unidos ao suprimento ucraniano (cerca de 5% das reservas mundiais), mas a Rússia tem bloqueado avanços desde a visita de Xi Jinping a Moscou. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.