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05/Dec/2025

EUA diz que soja brasileira é de qualidade inferior

A recente suspensão, pela China, de cinco unidades exportadoras brasileiras de soja reacendeu a disputa comercial no agronegócio internacional. O episódio entrou na agenda oficial dos Estados Unidos e foi usado para reforçar a “superioridade” da soja norte-americana. Durante a reunião com o presidente norte-americano Donald Trump, a secretária de Agricultura dos Estados Unidos, Brooke Rollins, afirmou que a suspensão da China evidencia “falhas de qualidade” no produto brasileiro e representa um reconhecimento da soja dos Estados Unidos como “a melhor do mundo”. De acordo com o governo chinês, a medida ocorreu após autoridades detectarem trigo tratado com pesticida no porão de um navio que transportava 69 mil toneladas de carga de soja brasileira.

Do lado brasileiro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) minimizou o incidente, ressaltando que ele envolve apenas cinco unidades, dentre mais de 2 mil habilitadas para exportar soja à China. Apesar do choque diplomático e dos episódios de restrição, o movimento não representa um colapso abrupto nas exportações brasileiras. A China continuou a reabrir parte das compras de soja do Brasil e, segundo o Mapa, a relação comercial com o país permanece “sólida e estratégica”. Por outro lado, os Estados Unidos também observam retomada parcial de vendas, logo após a cúpula entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping. Fontes relatam que há compradores chineses reservando carregamentos de soja norte-americana para envio ainda em 2025.

Mesmo assim, analistas advertiram que os embarques dos Estados Unidos continuam caros para importadores chineses, em função de tarifas ainda aplicadas sobre a soja, o que favorece a soja brasileira. Para o Brasil, o episódio revela os riscos de depender fortemente de exportações para um único mercado: a China. A suspensão atingiu apenas cinco empresas, mas o impacto simbólico foi forte. O incidente pode ser usado para questionar a confiabilidade do produto brasileiro e abrir espaço para concorrência estrangeira. Ao mesmo tempo, o histórico de grandes volumes exportados, que fazem do Brasil o maior fornecedor do grão ao país asiático, mostram que o agronegócio brasileiro ainda mantém capacidade de resistência. Dados recentes indicam que, em 2025, o Brasil continuou a conquistar fatias expressivas das importações chinesas. Fonte: Agrimídia. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.