12/Dec/2025
Segundo a AgResource, os preços futuros da soja seguem pressionados na Bolsa de Chicago pelo ritmo lento das exportações dos Estados Unidos, pela forte exposição comprada dos fundos e pela melhora consistente das chuvas no Brasil. Para cumprir a previsão oficial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o país precisaria ter vendido 11,4 milhões de toneladas até 1º de janeiro. Até agora, foram compradas cerca de 6,40 milhões de toneladas. Os dados da semana encerrada em 13 de novembro mostram vendas 697 mil toneladas. No acumulado do ciclo, os Estados Unidos estão 12,82 milhões de toneladas atrás do ritmo do ano passado.
No milho e no trigo, o movimento é oposto: o milho está 9,33 milhões de toneladas acima de 2024 e o trigo, 3,45 milhões de toneladas. Os fundos carregam uma das maiores posições líquidas compradas em soja das últimas duas décadas. Esse nível só havia sido superado em algumas semanas nos últimos 20 anos, e todas em momentos de racionamento de oferta, como 2021 ou a seca de 2012. A posição deve ter atingido aproximadamente 230 mil contratos. No farelo, o saldo está em cerca de 30 mil contratos. O ponto central agora é saber se essa exposição comprada no complexo de soja vai se manter com a colheita sul-americana chegando em quatro ou cinco semanas.
Do lado da demanda, a China segue comprando menos que o previsto. O compromisso anunciado pelo governo dos Estados Unidos incluía 12 milhões de toneladas de soja norte-americana. A China está comprando cerca de metade do que se comprometeu com os Estados Unidos. É muito duvidoso que os 25 milhões de toneladas prometidos para os próximos anos sejam realmente um acordo. Mesmo com as compras recentes, os Estados Unidos ainda não conseguiram escoar muita soja para China. Com isso, o quadro estrutural das exportações permanece pressionado. A melhora do clima na América do Sul também reduz riscos de oferta no curto prazo.
Está muito úmido em praticamente todo o Brasil e Mato Grosso deve receber mais 20 a 25 centímetros de chuva em janeiro. As precipitações regularizaram áreas que enfrentaram irregularidade no início da safra no norte e nordeste do Estado. Mato Grosso vai começar a colher soja com força entre 10 e 15 de janeiro. Os Estados Unidos estão ficando sem tempo para ameaçar essa safra. A questão agora é quão grande ela vai ser. Os prêmios de exportação no Brasil já voltaram aos níveis de abril e maio, padrão comum quando a oferta se aproxima. No mercado físico global, a oferta segue ampla. O trigo argentino está precificado para vender.
O milho norte-americano continua competitivo e suas vendas seguem alinhadas às projeções do USDA. Os prêmios no Golfo do milho nos Estados Unidos caíram um pouco esta semana. Os balanços seguem confortáveis e podem ficar ainda mais frouxos nos próximos meses. A soja e o farelo ainda têm o maior risco de queda. A entrada de uma safra grande no Brasil, somada ao corte esperado nas exportações dos Estados Unidos, deve manter a pressão sobre os preços até o relatório de janeiro. A AgResource projeta que o USDA revise as exportações norte-americanas para algo entre 38,10 e 39,50 milhões de toneladas, abaixo da estimativa atual de 45,5 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.