15/Dec/2025
Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam em forte queda na sexta-feira (12/12), pressionados por cancelamentos expressivos de vendas externas e pela persistente incerteza sobre a demanda chinesa. O vencimento março da oleaginosa recuou 16,00 cents (1,45%), e fechou a US$ 10,86 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou a venda de 132 mil toneladas de soja para a China, mas o relatório semanal de exportações trouxe cancelamentos que pesaram sobre o sentimento do mercado. Foram canceladas 100 mil toneladas pela China e mais de 350 mil toneladas de destinos desconhecidos.
A StoneX destacou que o atraso nas compras chinesas mantém a demanda global sob incerteza. Até meados de novembro, as vendas norte-americanas de soja estavam cerca de 10 milhões de toneladas abaixo do volume registrado no mesmo período da safra anterior. A queda nos preços não está relacionada apenas à China. A retração nos futuros de soja é tanto sobre aspectos técnicos e posicionamento quanto sobre a China. Dados até 10 de novembro mostram mudança de posição vendida líquida de 24.742 contratos em 23 de setembro para posição comprada líquida de 203.476 contratos. A China aumentou suas compras, e já deve ter comprado mais de 7 milhões de toneladas no mercado físico das 12 milhões comprometidas.
No entanto, isso provavelmente não será o foco do mercado até que os preços atinjam os objetivos técnicos dos fundos. A Consus Ag Consulting destacou que o leilão de soja realizado pela China na semana passada levantou dúvidas sobre o real nível dos estoques do país. A estatal SinoGrain ofertou cerca de 512 mil toneladas de soja e vendeu aproximadamente 379 mil toneladas, o equivalente a 78% do volume disponibilizado. Se há tanta soja disponível, por que liberar produto das reservas? Do lado da oferta, a competitividade sul-americana aumenta com a oficialização da redução dos direitos de exportação na Argentina e o bom regime de chuvas nas principais regiões produtoras do Brasil.