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16/Dec/2025

Brasil: clima de dezembro definirá safra 2025/2026

Segundo o Itaú BBA, o desempenho da safra brasileira de soja em 2025/2026 dependerá de forma decisiva da regularidade das chuvas ao longo de dezembro, período considerado crítico para a definição do potencial produtivo em diversas regiões. Apesar dos atrasos pontuais de plantio e da irregularidade climática observada desde setembro, o cenário ainda permite a renovação do recorde de produção no País, desde que as precipitações previstas se confirmem. O retorno das chuvas em novembro trouxe melhora significativa nas condições das lavouras do Centro-Norte, ainda que de forma espaçada. O mês de dezembro será fundamental para a definição do potencial produtivo em diversas áreas.

A consolidação do regime hídrico pode compensar parte dos atrasos iniciais e sustentar uma colheita próxima de 178 milhões de toneladas. Na Bolsa de Chicago, a soja acumulou a terceira alta mensal consecutiva em novembro, com avanço de 8,4% sobre outubro, alcançando média de US$ 11,21 por bushel, movimento impulsionado pela retomada das compras chinesas do grão norte-americano. No início de dezembro, no entanto, os preços passaram a mostrar sinais de enfraquecimento, com leve recuo para US$ 11,18 por bushel na média dos primeiros dez dias do mês. As aquisições da China somaram 4,5 milhões de toneladas com embarque para janeiro e fevereiro, o equivalente a 37% do volume de 12 milhões de toneladas prometido no acordo com os Estados Unidos.

No mercado interno, os preços seguem pressionados. Em Sorriso (MT), referência no mercado físico, a soja recuou para R$ 118,50 por saca de 60 Kg em novembro, queda de 1,2% no mês, e voltou a ceder no início de dezembro, sendo negociada a R$ 117,00 por saca de 60 Kg. A combinação entre câmbio, prêmios mais ajustados e o ritmo ainda cauteloso de comercialização limita reações mais consistentes nos preços domésticos. Do ponto de vista climático, o fenômeno La Niña segue confirmado até, pelo menos, fevereiro de 2026, embora com intensidade fraca e sinais de enfraquecimento no primeiro trimestre do próximo ano.

O padrão climático favorece chuvas mais concentradas no Centro-Norte e volumes mais reduzidos na Região Sul, o que ajuda a recuperação das áreas mais atrasadas, mas mantém riscos localizados de estresse hídrico e impacto sobre a janela da 2ª safra de milho de 2026. No balanço global, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve inalteradas as estimativas para a safra norte-americana de soja em 2025/2026, mas elevou a projeção de estoques globais para 122,37 milhões de toneladas. Para o Brasil, o Itaú BBA projeta crescimento tanto da demanda interna quanto das exportações, estimadas em 64,2 milhões de toneladas e 112 milhões de toneladas, respectivamente.

Ainda assim, mesmo com o aumento do consumo, os estoques finais brasileiros devem voltar a crescer no próximo ciclo. Apesar das incertezas climáticas e do cenário externo ainda competitivo, se os mapas de projeção de chuvas para os próximos meses estiverem corretos, a safra brasileira deverá renovar o recorde de produção. A atenção do mercado, portanto, permanece concentrada na evolução do clima em dezembro e no ritmo da demanda internacional, especialmente da China, fatores que devem balizar o comportamento dos preços ao longo do primeiro trimestre de 2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.