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29/Abr/2019

Tendência é de baixa do trigo com o recuo externo

O mercado interno de trigo evoluiu pouco. Tanto no disponível quanto nas entregas futuras, somente lotes pontuais foram negociados. A comercialização doméstica foi pressionada por fatores externos, com a desvalorização do cereal argentino, em virtude da depreciação do peso ante o Real. O trigo argentino recuou entre US$ 30 e US$ 35 por tonelada nessas últimas semanas, com a intensificação da crise econômica no país. Antes, moinhos importavam cereal originado na Argentina por volta de US$ 240 a US$ 250 a tonelada. Atualmente, lotes rodam de US$ 200 a US$ 212, no máximo, por tonelada. No Rio Grande do Sul, o mesmo cenário é observado. O mercado já estava desacelerado pela disparidade de preço ofertado pelo comprador e indicado pelo produtor.

O movimento, entretanto, foi acentuado pelo enfraquecimento dos preços no país vizinho. O trigo argentino pressionou o mercado, porque derrubou os argumentos do vendedor no acordo de preços. A concorrência externa, neste momento, funcionou somente para baixar os preços locais, porque, de qualquer maneira, moinhos não estão importando. A indústria moageira está bem abastecida. Moinhos usam essa queda de preço para exercer pressão na mesa de negociação. No Paraná, produtores pedem R$ 950 a tonelada FOB para cereal tipo pão, enquanto compradores indicam entre R$ 800 e R$ 850 a tonelada FOB para cereal de mesma qualidade. Já no Rio Grande do Sul, moinhos ofertam entre R$ 750 e R$ 760 a tonelada FOB, enquanto produtores pedem a partir de R$ 800 até R$ 900 a tonelada FOB para trigo tipo pão nível 1.

A resistência do produtor em ajustar o preço pedido para o patamar ofertado decorre também da baixa disponibilidade de cereal de qualidade superior. Quem tem trigo melhor segura a venda, porque sabe que a oferta doméstica é escassa. Já do lado do comprador, a inflexibilidade no acerto do lote vem do baixo consumo interno de farinha e derivados. Os moinhos não conseguem repassar o preço para as farinhas e farelos. Eles chegaram no limite do repasse, porque as vendas não andam. No mercado brasileiro de derivados, tanto a farinha quanto o farelo tiveram menor demanda por mais uma semana, contexto que pressionou a maior parte dos valores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.