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15/Mai/2019

Tendência de área menor na safra de trigo de 2019

O semeio do trigo da safra 2019/2020 avança no Brasil e a área destinada ao cereal deve diminuir em relação à do ano anterior. Apesar disso, por enquanto, a previsão é de aumento na produção, devido à possível recuperação na produtividade. Esse cenário é o oposto do observado no ano passado, quando a área com trigo foi maior, mas o clima limitou a produtividade das lavouras de inverno. No Brasil, relatório divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a área de semeio do trigo pode ficar 3,3% inferior à da safra passada, somando 1,97 milhão de hectares. A maior redução vem do Paraná, que responde por 93,2% da área total no País. A produção e produtividade devem crescer, passando respectivamente para 5,46 milhões de toneladas (+0,71%) e 2,7 mil toneladas por hectare (+4,2%). A área mundial com trigo também deve cair. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), da safra 2018/2019 para a 2019/2020, a área global passou de 19,34 milhões de hectares para 18,53 milhões de hectares, redução de 4,2%.

Apesar disso, assim como no Brasil, a produtividade deve crescer e compensar a menor área, tendo em vista que a produção mundial pode aumentar 6,3% na 2019/2020, totalizando 777,49 milhões de toneladas, um recorde. O consumo deve somar 759,46 milhões de toneladas, favorecido por mudança de hábitos alimentares e pela melhora na renda em países em desenvolvimento, como Ásia e África. Desta vez, a oferta não se sobressairá ao consumo e os estoques de passagem devem ser de 293 milhões de toneladas e a relação estoque/consumo pode ficar em 38,8%, a segunda maior da série. Com oferta e consumo amplos nesta temporada, as transações mundiais podem crescer 3,2%, somando 183,6 milhões de toneladas. As exportações devem vir da Argentina, Austrália, Canadá, União Europeia e Ucrânia e as importações, de Bangladesh, Indonésia, México, Marrocos e Nigéria, especialmente. Na Argentina, principal fornecedor de trigo ao Brasil, a projeção é de aumento de 2,6% na produção se comparada com o volume da safra anterior, a 20 milhões de toneladas.

As exportações podem ser de 14 milhões de toneladas, suprindo as demandas internacional e doméstica, resultando em estoques finais de pouco mais de 1 milhão de toneladas. No geral, esse cenário de ampla oferta pode pressionar as cotações no médio prazo. No Brasil, nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), os registram alta de 0,6% no Rio Grande do Sul e 0,2% em Santa Catarina, mas recuo de 1% no Paraná. No mercado de lotes (negociação entre empresas), os valores apresentam baixa de 1,3% em São Paulo, 1,2% em Santa Catarina, mas avanço de 0,7% no Paraná e 0,8% no Rio Grande do Sul. No cenário externo, os preços argentinos e norte-americanos estão em baixa por mais uma semana. Nos Estados Unidos, o contrato de vencimento Maio/2019 do Soft Red Winter registra queda de 2,1% nos últimos sete dias, a US$ 4,19 por bushel (US$ 153,96 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, para o contrato de mesmo vencimento, o trigo Hard Winter apresenta desvalorização de 3,5%, a US$ 3,79 por bushel (US$ 139,35 por tonelada).

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agroindústria da Argentina, os valores FOB no Porto de Buenos Aires registram recuo de 0,9% nos últimos sete dias, a US$ 216,00 por tonelada. Quanto às negociações para entrega e pagamento em julho de 2019, para o mesmo porto, os valores médios estão em US$ 198,07 por tonelada, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. O plantio de trigo avança lentamente no Brasil, devido à ocorrência de chuvas em boa parte do Paraná. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 6 de maio, haviam sido implantadas 26% da área de trigo. Destas lavouras, 56% estão em germinação e 44%, desenvolvimento vegetativo. Quanto às condições, 97% apresentam boas qualidades e 3%, médias. Nos Estados Unidos, o USDA aponta que, até o dia 5 de maio, 12% das lavouras do trigo de inverno apresentam condições excelentes, 80%, boas, 6%, ruins e 2%, muito ruins. Quanto ao semeio do cereal de primavera, atingiu 22% da área total, atraso de 5% frente ao mesmo período do ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.