25/Jan/2022
O mercado doméstico de trigo segue com preços em elevação, mesmo com o baixo ritmo de negociações do cereal neste mês. Um dos fatores que explica o avanço dos valores é o período de entressafra, além da alta no mercado externo e do fato de produtores estarem capitalizados. Os produtores, focados nas lavouras da safra de verão (1ª safra 2021/2022), estão recebendo o pagamento das vendas realizadas no final do ano passado. Assim, as negociações de trigo são pontuais, a fim de liberar espaço para a safra atual. A expectativa é de maior movimentação a partir de fevereiro. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preços pagos aos produtores) registram avanço de 1,29% em Santa Catarina, 0,40% no Rio Grande do Sul e 0,09% no Paraná.
No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações apresentam alta de 1,11% no Paraná, 0,34% em São Paulo e 0,25% no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, os preços estão estáveis. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 10 a 14 de janeiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 312,69 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,60, o cereal importado era negociado a R$ 1.752,09 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 1.667,25 por tonelada.
No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 293,30 por tonelada, o equivalente a R$ 1.643,41 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.594,28 por tonelada na média do Estado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de janeiro, as importações de trigo tiveram média diária de 21,59 mil toneladas, contra 32,21 mil toneladas no mesmo mês de 2021, redução de 33,2%. Os preços de importação registram média de US$ 273,50 por tonelada FOB origem, 13,7% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 240,60 por tonelada). Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires registram avanço de 1,0% nos últimos sete dias, a US$ 303,00 por tonelada.
Nos Estados Unidos, o contrato Março/2022 do Soft Red Winter da Bolsa de Chicago apresenta alta de 5,2% nos últimos sete dias, a US$ 7,80 por bushel (US$ 286,60 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Winter registra avanço de 6,5% no mesmo período, a US$ 7,93 por bushel (US$ 291,47 por tonelada). Os valores estão avançando em decorrência das tensões entre Rússia e Ucrânia, o que pode prejudicar as exportações desses países. Além disso, o clima seco nas Grandes Planícies dos Estados Unidos também preocupa o mercado, visto que pode afetar a safra de inverno.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 13 de janeiro, as exportações norte-americanas de trigo (safra 2021/2022) somavam 12,8 milhões de toneladas, 17,8% inferior ao volume escoado no mesmo período do ano passado. Na semana do dia 13 de janeiro, especificamente, foram exportadas 369,18 mil toneladas, quantidade 57,5% maior que na semana anterior (234,35 mil toneladas) e 30,1% acima do registrado em período equivalente de 2021 (de 283,85 mil toneladas). Os principais destinos do cereal dos Estados Unidos na semana foram Vietnã (68,35 mil toneladas), Filipinas (58,42 mil toneladas) e México (50,09 mil toneladas). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.