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04/Abr/2022

Tendência é de baixa dos preços do trigo no Brasil

A negociação de trigo perdeu força com a queda de preço no Rio Grande do Sul. O Estado, que vinha tendo demanda para exportação, viu essa procura diminuir, e a ausência da concorrência para venda externa fez moinhos locais reduzirem propostas. Os moinhos catarinenses e paranaenses passaram a buscar suprimento por lá. A movimentação de trigo é menor, porque os preços caíram significativamente no Rio Grande do Sul. Há duas semanas o trigo chegou a R$ 2.050 por tonelada, na semana passada a R$ 1.950/tonelada e agora a R$ 1.750 por tonelada, uma queda muito grande. Então, vendedores ficaram na defensiva. Os vendedores acreditam que as cotações podem ter caído em excesso e apostam em recuperação dos preços no futuro. Os compradores não adquirem porque estão abastecidos, e vendedores não vendem porque acham que o preço está muito baixo. Os moinhos de Santa Catarina e do sudoeste do Paraná foram ao Rio Grande do Sul buscar suprimento. No Paraná e em Santa Catarina, os preços ainda estão entre R$ 1.900 e R$ 2.000 por tonelada.

O preço caiu mais no Rio Grande do Sul, porque no Estado estavam saindo volumes para exportação e, quando tradings pararam de buscar lotes com recuos em Chicago e do dólar, isso pesou sobre as cotações. O que tinha puxado o preço para cima no Rio Grande do Sul era a exportação, e quando a exportação saiu fora, os moinhos baixaram o preço de novo. Outro fator negativo para os preços foi o recuo recente do trigo argentino. Para a safra 2022, mesmo com o custo de produção na faixa de R$ 81,13 por saca de 60 Kg, o preço pago em balcão ao produtor está na faixa de R$ 94,00 por saca de 60 Kg, o que significa um lucro de R$ 13,69 por saca de 60 Kg. No Paraná, na região dos Campos Gerais, apenas lotes pontuais de trigo têm sido negociados no spot. O grão tem saído para liberar espaço no silo para abrigar a colheita de milho verão e soja. Porém, de maneira geral, a comercialização está bastante lenta. Isso porque produtores estão mais focados na colheita de verão. Então, só rodam os lotes pontuais pra liberar espaço e também sobras de sementes. As indicações de compra giram em torno de R$ 1.900 por tonelada CIF em moinho em Ponta Grossa, com entrega imediata e pagamento após a entrega.

Para pagamento no fim de abril, o preço indicado é de R$ 2.000 por tonelada. Os preços estão estáveis. Há ofertas em torno de R$ 2.300 a R$ 2.500 por tonelada, sem que produtor demonstrasse firmeza em vender de fato. Há pouco estoque e o produtor vai aguardar a situação da guerra na Ucrânia para ver o que acontece com os preços. Além disso, o produtor está mais focado na colheita de verão. A demanda, por sua vez, também não está tão intensa. Há poucos moinhos no mercado. Em relação ao trigo futuro, que será colhido ainda este ano, não há sequer indicações, justamente por causa da guerra no Leste Europeu e seus desdobramentos. Inicialmente havia a tendência de queda de preços porque todo mundo ia plantar mais, em vários países, inclusive no Brasil. Mas agora o fato de haver entre 12 milhões e 13 milhões de toneladas retidas da Rússia e na Ucrânia torna o cenário futuro incerto. Esse estoque pode tanto servir para aumentar mais ainda os preços quanto para despencar, caso seja liberado em um eventual fim do conflito entre os dois países. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.