13/Mai/2022

A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) considerou positiva a isenção do imposto de importação sobre trigo importado de fora do Mercosul, anunciada na quarta-feira (11/05) pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). A medida é válida até 31 de dezembro. O trigo de qualquer origem poderá ser importado sem tarifa de importação. O preço pago pelo cereal no exterior, de fora do Mercosul, vai ser reduzido em 9% (taxa do imposto), o que vai ajudar a aliviar a pressão para o aumento do preço da farinha e do produto final, segundo a entidade. Também será um novo elemento de competição ao trigo nacional durante a entressafra. Atualmente, a indústria moageira importa entre 50% e 60% do volume consumido no País, de 12 milhões de toneladas anuais. A isenção do tributo para volume indeterminado até o fim do ano havia sido pedida pela indústria à Camex há cerca de duas semanas. Até então, a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) abrangia uma cota de 750 mil toneladas anuais.

A isenção do imposto foi solicitada ao governo pela dificuldade de abastecimento da indústria em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia, que levou importadores destas origens recorrerem a outras origens disponíveis, como a Argentina - fornecedora tradicional de trigo ao País. Os moinhos entendem que não vai haver desabastecimento no mercado doméstico, mas os preços tendem a continuar altos porque a maior parte do cereal é importada e o preço internacional está elevado. Com a guerra, os moinhos estão no mercado avaliando comprar trigo de qualquer procedência, desde que haja disponibilidade. A medida vem ao encontro dessa demanda, segundo a Abitrigo. A entidade, contudo, admite o efeito da medida é limitado, já que os preços internacionais do cereal estão em patamares elevados como reflexo da guerra, com tendência de que continuem sustentados no curto e médio e prazo. Tanto os preços do trigo da Argentina quanto do Canadá e de qualquer outra origem estão 40% mais altos.

A medida visa reduzir a necessidade de aumento do preço das massas, pães e biscoitos a partir da menor pressão do custo da farinha. A isenção alivia um pouco o custo do cereal adquirido no exterior, mas o preço do trigo continua elevado. A amenização no custo do cereal adquirido no exterior vai ajudar na compra de trigo importado durante a entressafra nacional, que se estende até meados de outubro. A Camex isentou também a importação de farinha de trigo até o fim deste ano. A medida desafia a indústria moageira nacional, em cenário de redução de margens de rentabilidade, mas a entidade considera favorável por estimular o livre mercado. Deverá aumentar a competitividade para a farinha nacional, mas há um livre mercado e a entidade afirma ser favorável. Os moinhos brasileiros estão bem equipados e produzem farinha competitiva de qualidade, segundo a Abitrigo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.