17/Mai/2022

A M. Dias Branco espera aumentar as vendas de massas e biscoitos nos próximos meses. Abril e maio estão vindo bastante fortes. A companhia registrou aumento de 5,4% no volume de vendas de seus produtos no primeiro trimestre na comparação com igual período do ano passado. O volume vendido passou de 356,4 mil toneladas para 375,5 mil toneladas. O maior avanço, de 10,9%, foi observado no segmento de biscoitos, de 97 mil toneladas para 107,6 mil toneladas. As vendas de massas subiram 7%, de 71,6 mil toneladas para 76,6 mil toneladas. Os resultados foram positivos dada a sazonalidade do setor. No primeiro trimestre, as pessoas estão em férias, viajando e os volumes vendidos, historicamente, são menores.

O primeiro trimestre geralmente é mais fraco. O segundo trimestre é um pouco melhor, o terceiro bem melhor e o quarto mediano. Não há elasticidade na demanda pelos produtos da companhia em virtude do aumento de preços. Essa questão de demanda e preço está relacionada a movimento de concorrentes. Na medida em que os concorrentes também reajustam os preços, é possível recuperar market share e volume vendido. A fim de não enfrentar queda brusca na demanda, a companhia mudou a estratégia de precificação. Ao contrário do ano passado, quando havia poucas tabelas de preços com grandes aumentos, agora o reajuste de preços é feito em fases, com pouco aumento por mês, por canal, por região.

É uma precificação mais equilibrada para não criar grandes rupturas e tem funcionado bem. A companhia acredita que os preços do trigo e do óleo de palma ainda devem seguir impulsionados pelo cenário de guerra entre Rússia e Ucrânia e pela instabilidade do mercado. Mas, não haverá mais nenhum grande pico no aumento de preços de trigo e óleo de palma. O trigo continua subindo e haverá volatilidade, mas nada como foi no início da guerra ou no início da pandemia. Entre os fatores de volatilidade do mercado, pode-se citar o fato recente de a Índia restringir exportações de trigo que levou a uma alta de 6% nos futuros do cereal negociados na Bolsa de Chicago.

O trigo é a principal matéria-prima da M. Dias Branco que é líder nacional em massas e biscoitos. A companhia adota duas estratégias de proteção para o aumento do custo do trigo: estocagem e política de hedge dos futuros na Bolsa de Chicago. Para o óleo de palma, adota a política de hedge com futuros em bolsa. A política de hedge e estocagem não elimina o impacto no custo. Haverá aumento no custo ao longo do tempo em virtude dos preços das commodities. Como o trigo e o óleo de palma continuam subindo, o custo médio dos estoques da empresa deve seguir a tendência de alta do mercado global, embora não de forma acentuada.

Quanto ao trigo, dado o estoque de 4 meses de cereal que a companhia tem, deve haver entrada de trigo com preço médio superior ao do estoque a partir deste mês e de junho. A empresa estava com estoque ainda do ano passado, mas deve haver entradas com novos preços a partir de maio e o custo vai aumentar lentamente até o fim do segundo semestre, com a entrada da nova safra argentina no mercado. Entretanto, a empresa tem obtido maior equilíbrio maior entre preço médio dos produtos vendidos e custo. Nos últimos dois anos, o aumento do custo veio muito antes do que o reajuste de preço. Neste ano, foi possível endereçar melhor e fazendo ajustes de preço no momento certo com hedge cambial e estoque de trigo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.