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31/Mai/2022

Tendência de preços do trigo sustentados no Brasil

A semeadura da nova safra de trigo segue avançando no País. Além do Paraná, as atividades também foram iniciadas no Rio Grande do Sul, o Estado com a maior produção em 2021. Segundo dados da Emater-RS, ainda que em ritmo lento, os produtores das regiões de Ijuí e de Santa Rosa começaram os trabalhos. No Paraná, a metade da área estimada já foi semeada, e a produção deve ser maior que a do ano passado, mesmo com a menor área. O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) informou que, até o dia 23 de maio, 53% da área estimada havia sido semeada no Estado, sendo que 74% estão em desenvolvimento vegetativo e 26%, em germinação, com 99% das lavouras em boas condições. A área com o cereal deverá apresentar recuo de 4% em relação à temporada anterior, devido à concorrência com milho e, assim, somar 1,17 milhão de hectares. Apesar disso, a produção está estimada em 3,9 milhões de toneladas, alta de 21% no mesmo comparativo.

No Brasil, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a semeadura de trigo somava, até o dia 21 de maio, 27,5% da área estimada. A semeadura já foi finalizada em Goiás, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul e alcançou 62% em São Paulo e 43% no Paraná. Apesar das boas informações da safra nacional, da queda do dólar frente ao Real e da desvalorização no mercado internacional, os preços internos do trigo continuam em alta, mas de forma menos expressiva. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor) os valores registram avanço de 1,70% no Rio Grande do Sul, 1,19% no Paraná e 0,06% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações têm alta de 1,46% no Rio Grande do Sul e 1,07% no Paraná; já em São Paulo, houve queda de 2,08% e em Santa Catarina, de 0,3%. Na parcial de maio, as médias mensais continuam sendo recordes nominais nos Estados da Região Sul e em São Paulo, considerando-se as séries de preços iniciadas em 2004.

Os valores médios ultrapassaram os R$ 2.000,00 por tonelada no Paraná (R$ 2.022,74 por tonelada) e em São Paulo (R$ 2.006,29 por tonelada). Tomando-se como base dados da Conab, de 16 a 20 de maio, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina estava em US$ 458,45 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,95, o cereal importado era negociado a R$ 2.272,81 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média menor, de R$ 2.057,06 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 430,74 por tonelada, o equivalente a R$ 2.135,42 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 2.009,51 por tonelada na média do Estado. De acordo com a SovEcon, consultoria russa, a safra da Ucrânia deverá ser de 22,2 milhões de toneladas, queda de 900 mil toneladas em comparação à última estimativa e expressivamente inferior às 32,1 milhões de toneladas de 2021. Em relação às exportações do país, até o momento, os terminais marítimos seguem fechados.

Na Argentina, informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires indica que a semeadura de trigo da safra 2022/2023 já foi iniciada e soma 5,3% da área total, que está projetada em 6,6 milhões de hectares. Em comparação à temporada anterior, as atividades em campo estão atrasadas, em decorrência da falta de umidade superficial em algumas regiões da área agrícola. A Cocereal (Associação Comercial de Grãos) elevou para 143 milhões de toneladas a produção de trigo soft na União Europeia e no Reino Unido. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a semeadura norte-americana do trigo de primavera havia atingido 49% da área até o dia 22 de maio, expressivamente abaixo dos 93% observados no mesmo período da temporada anterior e da média dos últimos cinco anos (83%), sendo que 29% do trigo já emergiu. Em relação ao trigo de inverno, 28% estavam em condições boas/excelentes, 32%, em intermediárias e 40%, ruins/muito ruins, melhora de 1% em comparação à semana anterior. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires permanecem estáveis, a US$ 475,00 por tonelada.

Nos Estados Unidos, o contrato Julho/2022 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tem desvalorização de 1% nos últimos sete dias, a US$ 11,57 por bushel (US$ 425,31 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o vencimento Julho/2022 do trigo Hard Winter registra recuo de 1,4% no mesmo período, a US$ 12,35 por bushel (US$ 453,88 por tonelada). As baixas são motivadas pela expectativa de a Rússia liberar a exportação de alimentos pelo Mar Negro, com navios transportando grãos da Ucrânia. No Brasil, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indica que, até a terceira semana de maio, foram exportadas 132,7 mil toneladas de trigo em grão pelo Brasil, acima de toda a quantidade embarcada em maio do ano passado (4,1 toneladas). Já as importações de trigo somam 365,9 mil toneladas na parcial deste mês, contra 591,0 mil toneladas em maio de 2021, redução de 38,1%. Os preços de importação registram média de US$ 326,90 por tonelada FOB origem, 21,1% acima dos verificados no mesmo período de 2021 (US$ 269,90 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.