31/Jan/2023
Os preços do trigo vêm registrando variações distintas dentre regiões, mas as quedas ainda prevalecem. No Paraná e no Rio Grande do Sul, inclusive, os valores médios mensais já operam nos menores patamares desde janeiro/2022 e outubro/2021, respectivamente, ou seja, período que antecedeu o começo dos conflitos no Leste Europeu. Vale lembrar que a guerra resultou em forte valorização do trigo no mercado internacional. Assim, as reações nos preços estão atreladas à menor oferta da Argentina, à restrição vendedora no Brasil e ao bom desempenho das exportações nacionais. Em outras regiões, as cotações, especialmente aos produtores, são pressionadas pelo maior interesse de venda. Muitos produtores precisam liberar estoques em armazéns para a chegada da safra de verão (1ª safra 2022/2023). Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) têm leve recuo de 0,06% no Rio Grande do Sul, mas alta de 0,61% em São Paulo, 1,61% no Paraná e 0,59% em Santa Catarina.
Quanto ao mercado de balcão (preço pago ao produtor), as cotações apresentam queda de 0,92% no Rio Grande do Sul e de 2% no Paraná. Na parcial de janeiro, o valor médio no Paraná, de R$ 1.696,34 por tonelada, tem baixa de 4,1% frente ao mês anterior e é o menor desde janeiro do ano passado, em termos nominais. No Rio Grande do Sul, a queda é de 4,3%, com a média atual a R$ 1.485,69 por tonelada, a menor desde outubro/2021. Em São Paulo, a baixa mensal é de 2%, com a média de janeiro a R$ 1.814,57 por tonelada, a mais baixa desde fevereiro/2022. Em Santa Catarina, a média está em R$ 1.613,46 por tonelada, retração de 5,7% em relação à média de dezembro/2022 e a menor nominal desde dezembro/2021. Os futuros do trigo estão em alta, influenciados por rumores de intensificação do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o que pode resultar em menor oferta do cereal destes países. Com isso, houve aumento na demanda pelo trigo norte-americano.
De acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as vendas externas dos Estados Unidos aumentaram 2,6% entre as duas últimas semanas. Na parcial desta temporada, no entanto, os embarques estão 3,6% inferiores aos do mesmo período da safra passada. As recentes valorizações, entretanto, são insuficientes para impedir a queda na média mensal de janeiro. Embora o contrato Março/2023 do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago tenha registrado valorização de 1,1% nos últimos sete dias, o preço médio deste mês registra queda de 0,66% quando comparado ao de dezembro/2022, a US$ 7,43 por bushel (US$ 273,10 por tonelada). Esta é a menor média mensal desde setembro de 2021. Na Bolsa de Kansas, há avanço de 2,5% para o contrato Março/2023 do trigo Hard Winter nos últimos sete dias. Ainda assim, o preço médio deste mês tem recuo de 3%, a US$ 8,40 por bushel (US$ 308,86 por tonelada), sendo o mais baixo desde fevereiro de 2022.
As cotações FOB no Porto de Buenos Aires apresentam avanço de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 378,00 por tonelada. Entre as médias de dezembro/2022 e janeiro/2023, a queda é de 5%. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na parcial de janeiro, o Brasil exportou média diária de 26,81 mil toneladas de trigo, contra 27,92 mil toneladas no mesmo mês de 2022, recuo de 3,9%. Vale ressaltar que os preços de exportação tiveram média de US$ 322,70 por tonelada FOB origem, 9,48% acima dos verificados em janeiro de 2022 (US$ 294,70 por tonelada). As importações, até a terceira semana de janeiro, tiveram média diária de 21,54 mil toneladas, contra 23,88 mil toneladas no mesmo mês de 2022, redução de 9,8%. Os preços de importação registraram média de US$ 352,30 por tonelada FOB origem nesta parcial do mês, 27,73% acima dos verificados no mesmo período de 2022 (US$ 275,90 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.