18/Aug/2023

O Brasil importou 2,493 milhões de toneladas de trigo de janeiro a julho deste ano, 32,51% menos em comparação com igual período do ano passado, quando 3,694 milhões de toneladas foram internalizadas. As exportações recuaram 16,7%, na comparação anual do mesmo período, para 2,054 milhões de toneladas, de acordo com dados do Agrostat (sistema de estatísticas de comércio exterior do agronegócio brasileiro). O desempenho vem em linha com o esperado pelo mercado em virtude da safra recorde brasileira e do recuo dos preços externos, que prejudicou a competitividade do grão local e desestimulou as vendas.

O valor desembolsado com as compras do cereal no período caiu 32,79%, para US$ 830,324 milhões em relação ao US$ 1,235 bilhão gastos de janeiro a julho do ano passado. O preço médio do trigo importado cedeu 0,40%, passando de US$ 334,40 por tonelada de janeiro a julho de 2022 para US$ 333,06 por tonelada em igual período deste ano. Tais números que refletem a valorização do cereal no mercado externo após a crise com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Do volume total importado nos sete meses acumulados, 1,536 milhão de toneladas foram de cereal argentino, metade a menos ante 3,231 milhões de toneladas importadas do país vizinho nos sete meses do ano passado.

Na sequência, aparece o cereal russo (380,883 mil toneladas) e o uruguaio (376,708 mil toneladas). O Brasil importa anualmente de 50% a 60% do volume consumido internamente de trigo, de aproximadamente 12 milhões de toneladas. Em julho, a indústria moageira nacional importou 418,547 mil toneladas de trigo, 16,15% inferior ao internalizado em igual mês de 2022. O valor desembolsado recuou 42,38%, para US$ 120,918 milhões. O preço médio foi de US$ 288,90 por tonelada. As exportações brasileiras de trigo geraram receita de US$ 659,897 milhões de janeiro a julho deste ano. O valor foi 13% menor que o obtido no ano anterior, de US$ 758,957 milhões.

O preço médio do cereal exportado no período foi de US$ 321,28 por tonelada ante US$ 307,68 por tonelada dos sete meses acumulados de 2022, alta de 4,42%, o que reflete a valorização externa da commodity. No acumulado do ano, os três principais destinos do produto brasileiro foram Indonésia (637,204 mil toneladas), Arábia Saudita (270,142 mil toneladas) e Equador (169,284 mil toneladas). No mês passado, o País exportou 47 Kg de trigo, com receita de US$ 163,00, ambos praticamente estáveis ante o ano anterior. A janela de exportação de trigo termina em abril. Para os próximos meses, a expectativa é que as importações continuem fracas. Já o desempenho das vendas externas vai depender da reação das cotações do cereal e da entrada da safra no mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.