ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

19/Dec/2023

Preços do trigo estáveis com baixa liquidez no spot

A liquidez no mercado brasileiro de trigo está baixa neste período de final de ano. Os produtores que ainda detêm trigo de PH 78 estão firmes nos preços pedidos. Do lado da demanda, moinhos estão reduzindo suas atividades, o que mantém baixo o ritmo de compra de novos lotes. Esses agentes também estão atentos à possibilidade de intensificação na importação de trigo da Argentina a preço competitivo no início de 2024. Diante disso, os preços registram apenas pequenas oscilações. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor ao produtor), as quedas foram de 0,4% em Santa Catarina, de 0,1% no Paraná e de 0,1% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), foram verificadas baixas de 1,8% no Paraná e de 0,2% em Santa Catarina; já no Rio Grande do Sul, houve alta de 1,1%; e, em São Paulo, elevação de 0,4%. A paridade de importação do trigo com origem na Argentina é de US$ 245,53 a tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio de R$ 4,91, o cereal importado é negociado a R$ 1.206,64 a tonelada ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, tem média maior, de R$ 1.309,34 a tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 229,53 a tonelada, o equivalente a R$ 1.128,03 a tonelada, contra R$ 1.223,34 a tonelada na média para o estado. Segundo a Conab, a colheita nacional está praticamente finalizada, faltando apenas algumas áreas de Santa Catarina para serem retiradas. No Rio Grande do Sul, a colheita atingiu 99% da área até o dia 7. A qualidade da maior parte colhida é inferior à necessária para a produção de farinhas. Além disso, a produtividade no estado era estimada inicialmente em 3,02 tonelada/ha e, agora, passou para 2,16 toneladas/ha. Na Argentina, nos últimos sete dias, os preços FOB avançaram 0,4%, a US$ 249,00 a tonelada. A Bolsa de Cereales informou que, até o dia 13 de dezembro, 55,2% da área argentina havia sido colhida, avanço semanal de 7,0 pontos percentuais. A Bolsa de Rosário aumentou sua estimativa da safra de trigo 2023/2024 da Argentina, para 14,5 milhões de toneladas, alta de 1 milhão de toneladas e justificada pela elevação do rendimento médio e pela maior área semeada.

Nos Estados Unidos, nos últimos sete dias, o vencimento Março/2023 do trigo Soft Red Winter na CME Group cedeu 0,4%, cotado a US$ 6,29/bushel (US$ 231,21 a tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter se desvalorizou 2,8%, para US$ 6,42/bushel (US$ 236,17 a tonelada). As baixas estiveram atreladas à menor demanda da China pelo trigo norte-americano e à desvalorização do peso argentino na semana passada, o que pode favorecer as exportações do país. A Ucrânia poderá ter sua menor safra de trigo em 12 anos, a qual foi estimada em 20,2 milhões de toneladas, com produtores optando por outras culturas após o início do conflito com a Rússia. Segundo dados da Secex, até a segunda semana de dezembro, o Brasil havia importado 57,8 mil toneladas de trigo, contra 498,6 mil toneladas em todo o mês de dezembro de 2022. Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 249,8 a tonelada FOB origem, 26,9% abaixo dos registrados no mesmo período de 2022 (US$ 341,60 a tonelada). Já as exportações somam 118,5 mil toneladas no mesmo período, contra 530,1 mil toneladas em dezembro do ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.