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30/Jan/2024

Preços do trigo pressionados no mercado interno

O foco de produtores brasileiros segue na colheita da safra de verão (1ª safra 2023/2024) e no avanço do cultivo da 2ª safra de 2024, especialmente de milho. A liquidez nas transações envolvendo o trigo está fraca, com moinhos apresentando baixo interesse de compra de volumes mais expressivos do produto. Na Argentina, principal origem do trigo importado pelo Brasil, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a colheita já foi finalizada, com produção estimada em 15,1 milhões de toneladas, contra 12,2 milhões de toneladas na temporada anterior, o que deve elevar o excedente exportável e favorecer as compras brasileiras. Vale considerar que a Argentina conseguiu liberação para exportar trigo para a China, podendo aumentar a concorrência com o Brasil.

Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os preços registram recuo de 3,34% no Rio Grande do Sul e de 0,2% no Paraná, mantendo-se estáveis em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), há altas de 3,42% no Paraná, de 1,48% em Santa Catarina e de 1,28% em São Paulo. No Rio Grande do Sul, a variação é negativa em 1,58%. Tomando-se como base dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 15 a 19 de janeiro, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 253,90 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,91, o cereal importado foi negociado a R$ 1.247,90 por tonelada, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média um pouco menor, de R$ 1.244,65 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 237,44 por tonelada, o equivalente a R$ 1.167,01 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.214,93 por tonelada na média do Estado. No Paraná, a média desta parcial de janeiro é de R$ 1.249,83 por tonelada, queda de 2,5% frente à média de dezembro e baixa de 26,2% em relação a janeiro/2023, em termos nominais. Em São Paulo, a média é de R$ 1.261,47 por tonelada, com reduções de 2% na comparação com dezembro/2023 e de 30,5% frente a janeiro/2023. Em Santa Catarina, a média parcial é R$ 1.355,79 por tonelada, recuo de apenas 0,2% no mês e de 16% em um ano. No Rio Grande do Sul, por sua vez, a média está em R$ 1.231,97 por tonelada, alta mensal de leve 0,4%, mas queda anual de 17%.

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB do trigo apresentam queda de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 244,00 por tonelada. O primeiro vencimento (Março/2023) do trigo Soft Red na Bolsa de Chicago apresenta avanço de 1,2% nos últimos sete dias, finalizando a US$ 6,00 por bushel (US$ 220,55 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter registra valorização de 2,8% nos últimos sete dias, a US$ 6,24 por bushel (US$ 229,56 por tonelada). Os aumentos são influenciados pela onda de frio nos Estados Unidos, que pode afetar as áreas agrícolas sem proteção contra a neve, e pela queda de um avião na Rússia na semana passada, o que pode intensificar as tensões com a Ucrânia.

De acordo com informações da consultoria russa SovEcon, a safra de trigo deve atingir 92,2 milhões de toneladas na Rússia neste ano, alta frente à estimativa de dezembro, mas ainda inferior à temporada passada (92,8 milhões de toneladas). Na Austrália, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de trigo está estimada em 25,5 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, inferior à safra recorde de 40,5 milhões de toneladas de 2022/2023; porém, próximo da média dos últimos 10 anos do país (26,5 milhões de toneladas).

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de janeiro, o Brasil havia importado 323,91 mil toneladas de trigo, contra 439,98 mil toneladas em todo o mês de janeiro de 2023. Os preços de importação do cereal tiveram média de US$ 248,30 por tonelada FOB origem, 30,3% abaixo dos registrados no mesmo período de 2023 (US$ 356,20 por tonelada). As exportações somam 481,35 mil toneladas no mesmo período, contra 561,52 mil toneladas em janeiro do ano passado. A balança comercial segue superavitária na parcial do mês. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.