03/Jun/2024
A negociação de trigo segue pontual nas regiões produtoras do País. Com incertezas em relação à safra gaúcha do cereal, por causa das enchentes, produtores especulam sobre o preço do produto disponível. Há também a previsão de redução de área no Paraná, o que estimula a alta de preços. Diante da queda de braço entre a ponta compradora e a vendedora, moinhos têm recorrido ao trigo do Mercosul. No Paraná, na região de Campos Gerais, as indicações subiram R$ 50 por tonelada, impulsionadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, quebras na safra russa, câmbio e altas das cotações na Bolsa de Chicago. Compradores em geral propõem R$ 1.500 a R$ 1.550 por tonelada CIF, com entrega em junho e pagamento em meados de julho. Houve negócios pontuais na última semana, nos níveis de R$ 1.600 por tonelada CIF no moinho, mas consumidores estão abastecidos.
Além disso, o preço que o cereal paraguaio chega aos moinhos é semelhante ao desses negócios e mais alto do que vem sendo ofertado, o que interfere nos acordos ante o produto nacional. A safra seguinte já tem uma redução de área confirmada, mas com previsão climática que deve levar a melhor produtividade do que a atual. O fenômeno climático La Niña tem previsão de ser rigoroso e mais seco, mas o trigo não precisa de muita chuva. Só não pode gear e chover na hora de colher. O período é de entressafra. No Rio Grande do Sul, o mercado spot segue da mão para a boca e os preços também em alta, diante da perspectiva de safra menor no Estado. Há pouco trigo disponível e incertezas quanto à safra gaúcha após as enchentes, quem tem o cereal guardado oferta pouco, no aguardo de valorização do cereal. Há pelo menos de 300 mil a 400 mil toneladas ainda estocadas nos silos.
As propostas de compra em Ijuí giram em torno de R$ 1.400 por tonelada FOB, com retirada e pagamento imediatos, mas vendedor pede pelo menos R$ 1.500 por tonelada - isso tudo para o cereal com PH 77. Já para o trigo argentino, descarregado e nacionalizado no Porto de Rio Grande, vendedor indica US$ 350 por tonelada. Os preços subiram, principalmente do lado do vendedor, de R$ 1.350 para R$ 1.500 agora. Com a resistência da ponta vendedora em negociar, moinhos estão recorrendo ao trigo importado, inclusive pela melhor qualidade. Em relação à safra nova de trigo, que ainda não foi plantada, haverá redução da área semeada, sobretudo pelos preços baixos e aos maus resultados da última safra - com o agravante, agora, das enchentes nas áreas produtoras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.