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10/Jun/2024

Preços do trigo firmes com importação mais cara

A comercialização de trigo no spot andou em direções distintas ao longo da última semana no Rio Grande do Sul e no Paraná. Enquanto no Estado gaúcho incertezas sobre a safra 2024, que não começou a ser semeada, e queda de braço em relação a preços travam os negócios, no Paraná saem ao menos lotes pontuais. A alta de preço ao longo do último mês explica a melhor fluidez de lotes, além da valorização do dólar ante o Real, que desestimula importações. Entretanto, não têm rodado grandes volumes, já que moinhos se abasteceram, lá atrás, com trigo argentino. Na região de Passo Fundo (RS), incertezas sobre a safra de trigo gaúcha e a disputa entre compradores e vendedores quanto a preços travaram acordos no spot.

O melhor trigo colhido na última safra está guardado pelo produtor, à espera de um preço mais alto. Daqui para a frente, a demanda deve ser reforçada pelos moinhos, já que eles não sabem como vai ser a safra gaúcha por causa do clima e das recentes enchentes. Os moinhos estão abastecidos, mas vai chegar um momento em que eles terão de voltar às compras. O produtor, do seu lado, está segurando o grão para ditar o ritmo do mercado. Hoje, os compradores ainda não estão importando o trigo para substituir o que os produtores daqui não estão vendendo, mas poderá chegar a um ponto em que isso seja necessário. Por enquanto, os negócios estão lentos. Em relação aos preços, na região de Santa Rosa (RS), o trigo spot está com as cotações congeladas, pois o mercado está muito lento.

No momento, os moinhos estão abastecidos e só aparecem para comprar pequenos volumes da mão pra boca, geralmente na casa de R$ 1.400 a R$ 1.450 FOB a tonelada, dependendo do padrão e do frete, com entrega imediata e pagamento em 45 dias. Os valores estão firmes. Do trigo branqueador, o que tinha chegou a ser vendido a preços entre R$ 1.800 a R$ 2.000 FOB a tonelada, nas mesmas condições. Os preços no mercado futuro também estão estáveis. Os moinhos compraram alguns lotes a R$ 1.300 FOB a tonelada, com embarque em outubro e pagamento em dezembro. Na região dos Campos Gerais, no Paraná, lotes pontuais, da mão para a boca, rodam a R$ 1.600 por tonelada FOB, com retirada imediata e pagamento em meados de julho.

Para entrega do cereal no moinho, o preço proposto pela ponta compradora era de R$ 1.650. Já há vendedor pedindo R$ 1.700 por tonelada FOB. Os preços vêm subindo gradativamente, em função da alta do dólar ante o Real, que desestimula a importação do grão. Das sucessivas revisões para baixo da safra da Rússia e também das altas na Bolsa de Chicago (CBOT). No mês passado, a tonelada era vendida por R$ 1300. Embora os negócios estejam fluindo mais na região, há pouco produto guardado nos silos, ainda da safra velha.

A safra nova, de 2024, ainda está sendo semeada. Com pouco trigo no mercado nacional, os moinhos acabaram se abastecendo com o grão do Mercosul, sobretudo da Argentina. Agora, porém, com o avanço do dólar ante o Real, a tonelada do trigo argentino tem chegado ao Porto de Paranaguá por US$ 350 a US$ 360 a tonelada, ou R$ 1.800 a tonelada. Em relação à safra futura, que está sendo semeada agora no Paraná, a proposta de comprador gira em torno de R$ 1.250 a R$ 1.300 por tonelada CIF, com embarque em outubro e pagamento em novembro, mas vendedor pede pelo menos R$ 1.400 no CIF, em iguais prazos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.