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11/Jun/2024

Tendência de alta nos preços domésticos do trigo

Os preços do trigo vêm registrando avanços mais expressivos no mercado brasileiro neste começo de junho, impulsionados pelos menores estoques domésticos neste período de entressafra. Nem mesmo as desvalorizações externas na última semana frearam o ritmo de avanço na cotação interna. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), os aumentos nos preços são de 0,71% no Paraná e de 2,48% no Rio Grande do Sul; em Santa Catarina, há leve queda de 0,33%. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as elevações são de 3,26% no Rio Grande do Sul, de 2,57% no Paraná, de 0,77% em São Paulo e de 1,54% em Santa Catarina.

Ressalta-se que, ao longo da semana passada, agentes de indústrias estiveram cautelosos nas compras de novos lotes, atentos às alterações relacionadas ao uso de créditos tributários do PIS/Confins, inseridas no dia 4 de junho, por meio da Medida Provisória 1.227. Agora, as empresas precisam reavaliar suas ações e como a alteração tributária impactará sobre suas finanças e lucratividade. Os valores externos do trigo estão pressionados pela valorização do dólar frente a uma cesta de moedas. Além disso, a baixa é reforçada por notícia indicando que a Turquia (10º maior produtor mundial, 9º maior exportador e 5º maior importador) não irá importar trigo pelo próximo quadrimestre (de 21 de junho a 15 de outubro/2024), com o intuito de fortalecer o comércio interno e preservar os interesses dos produtores do país.

O Ministério da Agricultura da Turquia comunicou que a exportação de farinha de trigo produzida pelo país, que estava proibida desde 2018, foi liberada; e os embarques de trigo para pão, trigo duro e cevada, incluindo seus subprodutos, foram liberados de forma controlada, sujeitos à aprovação do órgão de comércio local. Diante disso, na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Julho/2024) do trigo Soft Red Winter registra significativa queda de 7,5% nos últimos sete dias, a US$ 6,27 por bushel (US$ 230,57 por tonelada. Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta desvalorização de 6,1% no mesmo período, a US$ 6,65 por bushel (US$ 244,62 por tonelada).

Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB do trigo, após um longo período com viés de alta, registram baixa de 2% nos últimos sete dias. No dia 4 de junho, a cotação atingiu a máxima de 2024, de US$ 301,00 por tonelada. Mesmo com a queda semanal, a média de junho está em US$ 297,40 por tonelada, 4,8% acima da média de maio/2024 (US$ 283,82 por tonelada). Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em maio, chegaram aos portos brasileiros 657,13 mil toneladas de trigo, 44,6% a mais que o volume importado em abril e 131,8% acima do de maio/2023.

O preço médio FOB origem do cereal importado foi de US$ 1227,92 por tonelada, alta de 0,7% no mês, mas queda de 26,1% em um ano. Nos últimos 12 meses, as importações somaram 5,19 milhões de toneladas. Em maio, a Argentina forneceu expressivos 70,19% do trigo importado pelo Brasil. Quanto às exportações, o Brasil embarcou 55,2 mil toneladas de trigo em maio, abaixo da quantidade de abril/2023 (362,85 mil toneladas) e inferior à de maio/2023 (71,04 mil toneladas). Em 12 meses (de junho/2023 a maio/2024), as vendas somaram 2,85 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.