01/Jul/2024

A comercialização de trigo no mercado interno avança lentamente. Os produtores estão concentrados no plantio da nova safra e mostram pouca disposição em negociar. O período de entressafra também limita a oferta, o que ajuda a sustentar as cotações. No Paraná, na região de Ponta Grossa, apenas negócios pontuais são observados. Só há transações quando o vendedor cede e aceita o preço indicado pelos moinhos, de R$ 1.700,00 por tonelada FOB para o tipo 1, com retirada em julho e pagamento em meados de agosto.

Há pouca oferta de trigo e o preço está se mantendo. Não há registro de negócios com o trigo da safra 2024, que no caso do Paraná chegará ao mercado a partir de agosto. Está faltando chuva para o grão plantado no norte do Estado e, nos Campos Gerais, o produtor está plantando agora. Os compradores indicam R$ 1.400,00 por tonelada FOB, para retirada e pagamento a negociar. Os vendedores insistem em R$ 1.600,00 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, na região de Passo Fundo, onde há pouco trigo disponível, o produtor dá prioridade à comercialização da soja. Os moinhos estão bem abastecidos e esperando a nova safra, que começa a ser colhida no Estado em novembro e dezembro. O preço do produtor está acima do que os compradores estão dispostos a pagar. Para trigo pão, os compradores indicam entre R$ 1.350,00 e R$ 1380,00 por tonelada CIF moinho, a negociar prazo de entrega. Os valores se mantêm estáveis. Para o trigo futuro, não há registro de negócios nem indicação de preço.

A Emater-RS informou que o Rio Grande do Sul deve produzir 4,068 milhões de toneladas de trigo este ano, 55,27% mais em relação ao obtido em 2023, quando, devido ao clima adverso, a safra somou 2,620 milhões de toneladas. A área cultivada com o cereal deve somar 1,312 milhão de hectares, 12,84% menor que a do ano passado. Essa redução na área de plantio é justificada pelos baixos preços do cereal, pelos riscos climáticos e pela frustração econômica da última safra.

O Paraná revisou para cima a área semeada com trigo em 2023/2024 no Estado. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a área deverá somar 1,153 milhão de hectares em 2024, ante 1,117 milhão de hectares estimados em maio. Se confirmada, a área será 19% menor em relação à temporada anterior. A produção esperada é de 3,810 milhões de toneladas, ante 3,703 milhões de toneladas projetados no mês passado e 5% superior ao ciclo 2022/2023 (3,515 milhões de toneladas). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.