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12/Jul/2024

Pão de Forma: alto teor alcoólico em seis marcas

Um estudo inédito identificou a presença de alto teor de álcool nas formulações de algumas das marcas de pães de forma mais consumidas pelos brasileiros. Desenvolvido pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, também conhecida como Proteste, do grupo Euroconsumers, o estudo “Tem álcool no seu pão de forma” aponta que os níveis podem ser prejudicais ao corpo humano, especialmente para crianças, lactantes e gestantes, podendo contribuir para a síndrome alcoólica fetal. A pesquisa avaliou as dez marcas líderes de vendas no País: Visconti, Bauducco, Wickbold 5 Zeros, Wickbold Sem Glúten, Wickbold Leve, Panco, Seven Boys, Wickbold, Plusvita e Pullman. Entre elas, seis apresentaram teor alcoólico acima do esperado e somente as duas últimas foram aprovadas em todos os testes. As fabricantes afirmam que seguem protocolos de segurança e qualidade e que não foram notificadas do estudo nem tiveram acesso à metodologia usada para comentar os resultados da pesquisa. De acordo com a Proteste, se os pães fossem bebidas, pela legislação, seis dessas marcas seriam consideradas alcoólicas.

É que, no Brasil, para que uma bebida seja considerada como não alcoólica ela deve conter um teor máximo de etanol de 0,5%. Mas, o número vai além desse limite entre os alimentos das seguintes marcas Visconti; Bauducco; Wickbold 5 zeros; Wickbold sem glúten; Wickbold leve; e Panco. Ainda de acordo com o relatório, é possível supor que consumir apenas duas fatias do pão de algumas marcas poderia resultar em uma leitura positiva no teste do bafômetro. Para chegar a essa conclusão, o estudo considerou os limites listados como seguros pelo Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS), que define que as taxas devem ser abaixo de 3,3 g de álcool. Segundo o levantamento, embora na fabricação de pães a fermentação converta açúcares em álcool, os altos níveis encontrados nos produtos se dão pelo uso exagerado de conservantes para prevenir o surgimento de mofo e manter a integridade do pão. Além disso, se fossem medicamentos fitoterápicos, também seria necessário haver advertências nas embalagens.

De acordo com as diretrizes pediátricas europeias, o valor-limite para a presença de álcool em medicamentos fitoterápicos, sem a advertência, é de 6 mg por quilo de peso corporal para crianças. Nesse caso, as únicas marcas que não ultrapassaram o limite foram a Plusvita e Pullman, do grupo Bimbo. De acordo com a Proteste, os produtos deveriam conter em suas embalagens avisos de que possuem álcool em sua composição, o que não acontece atualmente. O consumidor não sabe o que está ingerindo. Esses produtos com elevado teor alcoólico seriam evitados por numerosos consumidores se tivessem acesso à informação, seja por motivos de saúde, orientação religiosa e outros. A partir da descoberta, a Proteste enviou ofício com os resultados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sugerindo estabelecimento de percentual máximo de álcool (por exemplo, 0,5% pelos balizadores apresentados no relatório) e a programação de ações de fiscalização, após regulamentação, dos teores de agentes conservantes antimofo e de álcool.

O Grupo Wickbold, que detém marca de mesmo nome e a Seven Boys, afirma que toda receita de produtos, assim como todas as áreas da empresa, segue protocolos de segurança e qualidade, com o mais alto teor de controle, bem como cumpre toda legislação vigente. A Panco diz que atesta a adoção de práticas totalmente alinhadas aos mais rigorosos padrões de mercado e o cumprimento de todas as normas e legislações específicas vigentes para a produção de alimentos. Para assegurar esses padrões, a companhia possui rígidos controles de qualidade (internos e envolvendo fornecedores externos), além de estabelecer mecanismos criteriosos de homologação de seus fornecedores de matérias-primas. A Pandurata Alimentos, responsável pelos produtos Bauducco e Visconti, diz adotar rigorosos padrões de segurança alimentar em todo o seu processo produtivo e na cadeia de fornecimento. Também diz ter certificação BRCGS (British Retail Consortium Global Standard), reconhecida como referência global em boas práticas na indústria alimentícia, e seguir toda a legislação e regulamentações vigentes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.