28/Jan/2025

As negociações de trigo apresentaram leve aumento no mercado doméstico, favorecidas pelo interesse de vendedores em liquidar parte dos estoques e liberar espaço nos armazéns para o recebimento da nova safra de grãos. Indústrias também mostram interesse na recomposição dos estoques. Mesmo com o aumento da disponibilidade, as cotações se sustentaram, devido aos preços externos, que, por sua vez, estão e alta, apesar da pressão da taxa de câmbio e do maior volume de trigo da Argentina. As importações seguem aceleradas. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o dia 20 de janeiro (12 dias úteis), 412,8 mil toneladas de trigo chegaram aos portos brasileiros, contra 614 mil toneladas em todo o mês de janeiro/24 (com 22 dias úteis). A média diária está em 34,4 mil toneladas, 23,3% acima da do primeiro mês do ano passado. O preço de importação é de US$ 231,50 por tonelada, 7,2% inferior à média de janeiro/2024.

Vale destacar que a taxa de câmbio está 23,4% maior na parcial deste mês frente à de janeiro/2024. O interesse vendedor está maior especialmente no Paraná. Ao se considerar os preços no mercado de lotes (cooperativas vendendo para moinhos), por exemplo, os valores mais baixos têm sido registrados na região oeste do Paraná e os maiores, na região norte. Os preços da região oeste do Paraná estão mais próximos dos observados no noroeste do Rio Grande do Sul e de Passo Fundo, assim como em Santa Catarina. Com isso, houve maior demanda pelo produto do Paraná, com ênfase na região oeste. Mesmo com maior oferta, as cotações estão sustentadas. Nos últimos sete dias, os preços no mercado de lotes (negociações entre empresas) apresentam alta de 1% no Paraná, 0,74% no Rio Grande do Sul, 0,29% em Santa Catarina e 2,8% em São Paulo.

No mercado de balcão (valor pago ao produtor), as altas são de 0,8% em Santa Catarina, 0,57% no Rio Grande do Sul e de 0,04% no Paraná. Os futuros do trigo estão em alta no mercado internacional, devido à desaceleração das exportações da região do Mar Negro. Além disso, a desvalorização da moeda norte-americana, que torna as commodities produzidas nos Estados Unidos mais atrativas para estrangeiros, também é um fator de alta. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Março/2025) do trigo Soft Red Winter registra valorização de 1% nos últimos sete dias, a US$ 5,44 por bushel (US$ 199,89 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta alta de 2% no mesmo comparativo, a US$ 5,59 por bushel (US$ 205,58 por tonelada). Os preços FOB do Ministério da Agroindústria da Argentina se mantêm estáveis nos últimos sete dias, a US$ 229,00 por tonelada. A média de janeiro está em US$ 229,24 por tonelada, 1,1% acima da média de dezembro/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.