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29/Apr/2025

Preços do trigo devem se manter firmes no Brasil

Segundo o Itaú BBA, o Brasil importou no primeiro trimestre deste ano o maior volume de trigo desde 2008, com 1,9 milhão de toneladas internalizadas. O aumento das compras externas do cereal, em especial da Argentina, deve-se à oferta restrita interna durante a entressafra nacional e à sustentação dos preços domésticos. Com pouca disponibilidade interna de matéria-prima de qualidade, as importações do cereal devem permanecer firmes. A baixa disponibilidade de cereal no mercado interno levou a aumento mensal de 6% nos preços do trigo no Rio Grande do Sul e de 5% no Paraná, chegando a, respectivamente, R$ 72,56 por saca de 60 Kg e R$ 77,21 por saca de 60 Kg em março. Com a oferta limitada, os produtores com estoque aguardam novos movimentos de mercado, enquanto os moinhos seguem com postura cautelosa, comprando apenas o necessário.

Os custos de frete, pressionados pela colheita da soja, também influenciam o ritmo das negociações. Os preços do cereal no mercado interno continuarão se comportando conforme a paridade de importação, dado o baixo volume disponível até a entrada da próxima safra em meados de setembro. As importações da Argentina continuarão abastecendo o mercado interno e os preços devem seguir firmes, uma vez que a produção no país vizinho foi melhor nesta safra e, devido ao menor volume russo, o cereal argentino está com demanda firme. No mercado internacional, onde os preços oscilaram no último trimestre, os impactos da guerra comercial ainda são incertos e causam dúvidas sobre o comportamento dos contratos futuros.

Mas, a manutenção de tarifas para China pode resultar em preços mais competitivos do trigo nos Estados Unidos. Caso os Estados Unidos deixem de vender para a China, seus estoques devem aumentar e levar à busca por novos mercados para o escoamento do trigo norte-americano. Porém, é cedo para prever a reorganização do mercado, pois tudo pode mudar em pouco tempo diante de possíveis acordos e negociações. O clima seco pode dificultar o desenvolvimento da safra de inverno nos Estados Unidos, com o clima concentrando a atenção do mercado até a colheita em meados de junho. Neste cenário, apesar das incertezas, os preços devem continuar firmes no mercado doméstico. Assim, as margens da indústria podem permanecer pressionadas, diante da dificuldade de repasse do custo do grão para os preços da farinha. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.