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10/Jun/2025

Preço do trigo em baixa e comercialização pontual

As importações brasileiras de trigo seguem crescentes em 2025 e somam (até maio) 3,092 milhões de toneladas, sendo o maior volume adquirido pelo País desde 2001 (3,23 milhões de toneladas), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Com isso, em 12 meses, chegaram ao Brasil quase 7 milhões de toneladas, quantidade que, por sua vez, não era registrada há seis anos. Neste fluxo, os moinhos nacionais seguem com estoques satisfatórios, sem necessidade de compras intensas neste período de entressafra brasileira. Os produtores, por sua vez, estão com as atenções voltadas às atividades de campo para a nova temporada. Os volumes de trigo que chegaram ao Brasil nos cinco primeiros meses do ano foram 11,9% maiores que os do mesmo período de 2024. Entretanto, quando se consideram as quantidades entre junho/2024 e maio/2025, comparativamente a junho/2023 e maio/2024, o salto é de 34,5%, o que coincide com a redução da disponibilidade interna, mesmo que esta tenha sido de apenas 2,3%, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Destaca-se que o avanço na disponibilidade de trigo da Argentina nos últimos dois anos favorece as compras brasileiras. De 2023 para 2024, as compras brasileiras na Argentina (considerando-se os cinco primeiros meses do ano) subiram 78,9% e, de 2024 para 2025, mais 3,4%, chegando a 2,3 milhões de toneladas na parcial do ano atual. As importações no Uruguai e no Paraguai também aumentaram, com saltos de 34,8% e de 167%, respectivamente, de 2024 para 2025 (nos cinco primeiros meses de cada ano), totalizando 610,1 milhões de toneladas e 208,6 milhões de toneladas, na mesma ordem. No Brasil, as cotações do trigo em grão seguem pressionadas desde abril, quando atingiram os maiores valores do ano. A liquidez continua baixa, com negociações de lotes pontuais. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), os preços apresentam baixa de 0,23% no Paraná, 0,16% em Santa Catarina e se mantêm estáveis no Rio Grande do Sul.

No mercado de lotes (negociações entre empresas), as reduções foram de 0,59% no Paraná, de 0,16% em Santa Catarina e de 0,12% em São Paulo; houve alta de 0,8% no Rio Grande do Sul. Este avanço é influenciado pelo atraso na semeadura no Estado. No Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) divulgados no dia 3 de junho indicam que 72% da área destinada à cultura do trigo já foi semeada; e, até o momento, 99% estão em boas condições e apenas 1%, em médias. Das lavouras já semeadas, 17% estão em fase de germinação e 83%, em desenvolvimento vegetativo. No Rio Grande do Sul, informações divulgadas pela Emater-RS no dia 5 de junho apontam que produtores do Estado têm tido dificuldades em avançar com a semeadura, diante das chuvas intensas e do excesso de umidade no solo. Em algumas regiões, observa-se erosão do solo. A Conab indica que, até 31 de maio, 6% da área destinada ao trigo já foi cultivada no Rio Grande do Sul.

No Brasil, a Conab relata que 38% da área destinada ao cultivo de trigo já havia sido semeada, sendo que na Bahia e em Minas Gerais, as atividades foram encerradas e as lavouras de ambos Estados apresentam bom desenvolvimento. Em Santa Catarina, o cultivo ainda não foi iniciado. No mercado externo, os futuros estão em alta, diante do aumento das chuvas no sul da região das Grandes Planícies nos Estados Unidos, que pode atrapalhar o avanço da colheita do trigo inverno naquele país. Além disso, preocupações com a oferta no Mar Negro também dão suporte às cotações. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2025 do trigo Soft Red Winter registra alta de 3,9% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,54 por bushel (US$ 203,84 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Julho/2025 do trigo Hard Winter apresenta valorização de 3% no mesmo comparativo, a US$ 5,49 por bushel (US$ 201,81 por tonelada).

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 1º de junho, das lavouras de trigo de inverno dos Estados Unidos, 52% estavam entre condições boas/excelentes; 30%, médias; e 18%, ruins ou muito ruins. Ainda para o trigo de inverno, 83% das lavouras haviam perfilhado, avanço de 8% no comparativo semanal, em linha com o mesmo período do ano passado e 4% acima da média dos últimos cinco anos. A colheita do trigo de inverno iniciou no país norte-americano, nos estados da Califórnia, Arkansas, Missouri, Carolina do Norte, Oklahoma e no Texas, representando 3% dos 18 principais estados produtores. Para a safra norte-americana de primavera, o USDA aponta que a semeadura somava 95% da área estimada, sendo que 50% das lavouras estavam entre boas/excelentes; 37%, em médias; e 13%, ruins. Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria registram alta de 0,9% nos últimos sete dias, a US$ 233,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.