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26/Aug/2025

Preços do trigo pressionados no mercado doméstico

Os produtores brasileiros estão focados no manejo e na condução da nova safra 2025. A área deste ano deve ser menor, mas as lavouras apresentam bom desenvolvimento. No Rio Grande do Sul, dados da Emater-RS do dia 21 de agosto apontam que a adequada disponibilidade hídrica do solo, as temperaturas amenas e a maior luminosidade beneficiaram as lavouras e que 92% da área do Estado está em fase de desenvolvimento vegetativo e 8%, em floração. No Paraná, de acordo com informações do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) divulgados no dia 19 de agosto, as chuvas recentes melhoraram o potencial produtivo, favorecendo também o manejo e o controle de doenças. As condições das lavouras estão classificadas em 81% boas; 13%, em médias; e 6% em ruins.

Quanto ao estágio, 18% das áreas estão em maturação; 40%, em frutificação; 23%, em floração; e 19%, em desenvolvimento vegetativo. O bom desenvolvimento das safras brasileira e argentina, principal origem do trigo importado pelo Brasil, tem pressionado as cotações internas. Além disso, a desvalorização dos contratos internacionais reforça o movimento de retração doméstica. Nos últimos sete dias, no mercado disponível, o preço médio do trigo registra recuo de 0,21% no Paraná, a R$ 1.419,96 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a queda é de 0,11%, para R$ 1.283,02 por tonelada. Em São Paulo, a baixa é de 1,2%, a R$ 1.394,32 por tonelada. Em Santa Catarina, a variação é positiva em 0,98%, com o preço a R$ 1.435,70 por tonelada. As quedas são limitadas pelo leve aumento do dólar frente ao Real, após desvalorizações mais acentuadas.

Os contratos internacionais seguem em queda. Na última semana, os vencimentos Setembro/2025 da Bolsa de Chicago e da Bolsa do Kansas registraram os menores patamares desde a abertura dos contratos, reforçando o viés baixista, influenciado pela maior oferta no Hemisfério Norte e pelo avanço da colheita nos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Setembro/eo25 do trigo Soft Red Winter, apresenta queda de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 5,04 por bushel (US$ 185,46 por tonelada). No dia 19 de agosto, especificamente, chegou a US$ 4,98 por bushel, o menor patamar desde a abertura do contrato, em julho de 2023. Na Bolsa do Kansas, o contrato Setembro/2025 do trigo Hard Winter apresenta desvalorização de 1,8% nos últimos sete dias, cotado a US$ 4,98 por bushel (US$ 182,98 por tonelada). No dia 22 de agosto, os cinco primeiros vencimentos registraram os menores valores da série.

Nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até 24 de agosto, a colheita do trigo de inverno atingiu 98% da área, ante 99% no mesmo período do ano passado e em linha com a média dos últimos cinco anos. A safra de primavera alcançava 53% da área colhida, ante 48% no mesmo período de 2024 e 54% na média de cinco anos. Quanto às condições, 49% das lavouras estavam em situação boas/excelentes, baixa de 1% ante a semana anterior. Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria têm baixa de 1,7% nos últimos sete dias, a US$ 231,00 por tonelada. A média de agosto/2025 está em US$ 233,40 por tonelada, valor 0,7% acima da média de julho/2025, mas 13,4% abaixo de agosto/2024.

Segundo dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires divulgados no dia 21 de agosto, as condições de cultivo melhoraram na última semana, com 73% das lavouras em situação excelente/boa, 11% acima do relatório anterior. Outras 24% foram classificadas como normais e 3% como razoáveis/ruins. Quanto às condições hídricas, 77% das lavouras apresentavam situação ótima/adequada, 12% razoável/seca e 11% excesso de umidade. De acordo com a Bolsa de Comércio de Rosário, no primeiro semestre de 2025, o Brasil foi o principal destino do trigo argentino exportado, absorvendo 37% do total escoado pelo país vizinho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.