17/Nov/2025
As vendas de trigo no Paraná e no Rio Grande do Sul, principais produtores nacionais, seguem em ritmo lento. No Paraná, o cereal do Paraguai chega na região oeste do Estado a preços menores do que o trigo nacional, o que enfraquece as vendas internas. Na região de Curitiba, o trigo é negociado a R$ 1.200,00 por tonelada CIF moinho, para entrega imediata e pagamento em 28 dias. Em outras regiões, o valor aumenta entre R$ 30,00 e R$ 80,00 por tonelada, caso de Ponta Grossa e o norte do Paraná. No oeste, o trigo nacional perde espaço para o cereal paraguaio, que chega em grandes volumes e a preços menores, a R$ 1.180,00 por tonelada CIF. Nesse caso, o valor pode até ser menor a depender da distância do moinho da fronteira. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), nos locais afetados pelo granizo no Paraná, os agricultores relataram danos generalizados nas lavouras. Até o dia 11 de novembro, o cereal foi retirado de 92% da área semeada e 81% das lavouras têm condição boa e 19% média. A colheita segue acontecendo, mas, em função das chuvas, há redução na qualidade dos grãos.
No Rio Grande do Sul, na região de Vacaria, os preços abaixo do esperado afastam os vendedores. Em função das chuvas que atingem o Estado, a safra de trigo 2025 pode vir com o W (força) menor, que indica o teor de glúten e absorção de água do cereal, ideal para panificação. Também há problemas de contaminação pelo DON nos grãos. Na região, a demanda por trigo está bem pontual. O trigo é negociado a R$ 1.120,00 por tonelada CIF moinho, com entrega imediata e pagamento em 30 dias. Com as quedas do dólar, o preço interno caiu. O cereal importado da Argentina segue chegando no Estado a R$ 1.350,00 por tonelada. A qualidade determina as decisões de compra. Segundo dados da Emater-RS, o trigo 2025 foi retirado de 60% da área semeada no Rio Grande do Sul, ante 77% no mesmo período dos últimos cinco anos.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de trigo deve somar 7,7 milhões de toneladas na safra 2025, que ainda está sendo colhida. A redução no uso de insumos, como fertilizantes e defensivos, comprometeu parte do potencial produtivo, resultando em espigas menores. No Paraná, as fortes chuvas de novembro podem afetar as lavouras ainda em campo. Com relação a realização de leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) para trigo do Rio Grande do Sul e do Paraná, anunciado pela Conab, a avaliação é de que será insuficiente para dar sustentação aos preços. O Paraná colheu cerca de 60% de trigo em boas condições. O restante foi atingido pelas fortes chuvas e tempestades de granizo. Teve o fenômeno de acamamento do trigo, ou seja, perdeu muito em qualidade. Esse trigo terá de ser usado em ração, com um preço diferente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.