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18/Nov/2025

Preços do trigo pressionados no mercado interno

A produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/2026, segundo apontam dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na sexta-feira (14/11). Dos 16 principais países produtores acompanhados, a produção deve avançar em 8 deles, permanecer estável em 6 e cair em apenas 2. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde. Esse cenário evidencia ampla oferta externa e possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais. O consumo na temporada 2025/2026 está previsto para somar 818,9 milhões de toneladas, levemente menor que a oferta e com aumento de 1,1% em relação à safra anterior. O consumo deve crescer em 12 dos 16 maiores demandantes globais.

A relação estoque final sobre o consumo deve ir para 33,1%, contra 32,3% na temporada passada. Destaca-se o avanço de 6,5% nas transações mundiais, para 217,21 milhões de toneladas, o que equivale a 26,3% da produção mundial. Esperam-se maiores importações em 21 dos 25 maiores importadores do mundo. As exportações devem crescer para a Rússia, a União Europeia, a Austrália, a Argentina e os Estados Unidos. Em relatório divulgado na quinta-feira (13/11), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou a produção nacional em 7,7 milhões de toneladas para 2025, sendo 2,6% abaixo da colheita de 2024. Porém, ao se considerar os estoques iniciais (de agosto/2025) e as importações (de 6,7 milhões de toneladas entre agosto/2025 e julho/2026), a disponibilidade interna fica em 15,8 milhões de toneladas, volume 3,5% maior que a registrada no mesmo período da safra anterior (15,2 milhões de toneladas). Deste total, a Conab estima que, entre agosto/2025 e julho/2026, 11,81 milhões de toneladas sejam consumidas internamente e que 2,04 milhões sejam exportadas.

Com isso, o estoque em julho/2026 equivaleria a 16,2% do consumo, contra 11,6% estimado no ano atual. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), no Paraná, até o dia 10 de novembro, haviam sido colhidas 92% das lavouras, contra 98% no mesmo período de 2024. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, até 13 de novembro, 60% da área havia sido colhida, frente a 81% no mesmo período de 2024 e a 77% na média dos últimos cinco anos. Em Santa Catarina, segundo a Conab, até o dia 8 de novembro, 13,7% do trigo no estado já havia sido colhido. Persiste a pressão sobre as cotações do trigo em grão, vinda sobretudo da oferta e das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada. Além disso, o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores. Nos últimos sete dias, as cotações no mercado de lotes (negociações entre empresas) registram recuo de 0,63% no Paraná, 1,74% em Santa Catarina e leve 0,03% no Rio Grande do Sul. Em São Paulo, os valores apresentam alta de 0,32%.

No mercado de balcão (valor pago ao produtor), os preços têm recuo de 3,55% no Rio Grande do Sul, 0,2% no Paraná e 0,02% em Santa Catarina. Os preços internacionais são pressionados por expectativas indicando aumento na produção mundial e estoques finais elevados. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2025 do trigo Soft Red Winter registra queda de 0,1% nos últimos sete dias, para US$ 5,27 por bushel (US$ 193,73 por tonelada. Na Bolsa de Kansas, o Hard Winter tem baixa de 0,8% no mesmo comparativo, para US$ 5,15 por bushel (US$ 189,32 por tonelada). O trigo Hard Red Spring apresenta alta de 3,3% nos últimos sete dias, para US$ 5,29 por bushel (US$ 194,37 por tonelada). Na Argentina, de acordo com dados divulgados no dia 13 de novembro pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita chegou a 16,5% da área. Quanto aos preços, os valores FOB do Ministério da Economia permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 215,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.