25/Nov/2025

Os preços do trigo estão estáveis no Rio Grande do Sul, mas avançam em outros Estados. O suporte vem da valorização do dólar frente ao Real, que compensou a maior oferta doméstica. Em São Paulo, especificamente, caracterizada por ser uma região compradora líquida, os preços sobem de forma mais expressiva. Nos últimos sete dias, o preço médio do trigo no mercado de lotes (negociação entre empresas) no Paraná tem alta de 0,16%. Em Santa Catarina, a alta é de 0,93% e em São Paulo, de expressivos 5%. No Rio Grande do Sul, os preços estão praticamente estáveis. A colheita de trigo da safra de 2025 caminha para a reta final. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 15 de novembro, quase 74% do trigo nacional já havia sido colhido.

No Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 17 de novembro, 96% das lavouras de trigo já haviam sido colhidas. No mesmo período do ano passado, a colheita já havia se encerrado no Paraná. No Rio Grande do Sul, dados da Emater-RS divulgados no dia 19 de novembro mostram que 77% da área havia sido colhida, contra 90% no mesmo período de 2024 e 89% na média dos últimos cinco anos. Em Santa Catarina, segundo a Epagri/Cepa, com dados divulgados no dia 17 de novembro, até o final de outubro, 33% do trigo no estado já havia sido colhido. Do que está em campo, 50% estão em estágio de maturação; 25%, em floração e 25%, em desenvolvimento vegetativo. Apesar dos preços atrativos no Brasil e do maior volume disponível no mercado interno, as importações seguem aquecidas.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 277,68 mil toneladas de trigo haviam sido importadas até a segunda semana de novembro/2025 (com 10 dias úteis). Se esse ritmo se mantiver até o encerramento deste mês, a tendência é que o Brasil importe 527,6 mil toneladas de trigo em novembro/2025, volume 24% maior que o consolidado em novembro/2024. As cotações externas permanecem praticamente estáveis, sendo levemente pressionadas pela valorização do dólar frente a importantes moedas. Vale lembrar que esse cenário diminui a competitividade das commodities produzidas nos Estados Unidos. Diante disso, na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2025 do trigo Soft Red Winter permanece estável nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,27 por bushel (US$ 193,64 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o Hard Winter tem baixa de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 5,11 por bushel (US$ 187,76 por tonelada). Para o trigo Hard Red Spring, o preço registra recuo de leve 0,1% no mesmo período, para US$ 5,28 por bushel (US$ 194,19 por tonelada). Na Argentina, de acordo com dados divulgados no dia 19 de novembro pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita chegou a 20,3% da área, restando quase 30% em fase já madura e os 70% restantes estão em enchimento dos grãos. Em regiões centrais, os rendimentos médios chegam a superar os máximos históricos. Quanto aos preços, os valores FOB do Ministério da Economia têm queda de 1,9% nos últimos sete dias, a US$ 211,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.