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17/Jun/2019

Tendência é altista para preços do milho no Brasil

A tendência é de alta dos preços do milho no mercado brasileiro, ao longo de 2019, com as quebras preliminares já sendo evidenciadas na safra dos Estados Unidos, exportações brasileiras aquecidas e expressiva alta das cotações futuras do grão em Chicago neste mês de junho. De acordo com o relatório mensal de oferta e demanda, divulgado em 11/06, pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), foi reduzida em 34,3 milhões de toneladas a estimativa para a safra 2019/2020 de milho do país, de 381,8 milhões de toneladas em maio, para 347,5 milhões de toneladas em junho. Essa é a menor safra em quatro anos e o recuo é reflexo das fortes chuvas no Meio Oeste nas últimas semanas. A área plantada nos Estados Unidos na safra 2019/2020 também foi revisada para baixo, de 37,56 milhões de hectares, para 36,34 milhões de hectares.

A estimativa de área a ser colhida foi reduzida para 33,35 milhões de hectares, o que representa uma perda de 4,2 milhões de hectares em relação à projeção inicial de área plantada nos Estados Unidos. Nesse cenário, os estoques finais são estimados em 42,5 milhões de toneladas, quantidade 24% inferior à temporada passada. Agora, as preocupações se voltam às condições das lavouras que estão em desenvolvimento. 3,4 milhões de hectares no leste do Meio Oeste e 2,6 milhões de hectares no oeste da região ainda não foram semeados. Essa é historicamente a maior área não semeada registrada nesta época do ano. O vencimento julho avançou 11,00 cents (2,49%) e fechou a 4,53 por bushel. Os preços não atingiam a marca de US$ 4,50 por bushel desde maio do ano passado. O vencimento dezembro pode chegar a US$ 5,05 por bushel no fim do ano, o que seria o maior nível desde maio de 2014.

Com isso, os preços do milho voltaram a subir no mercado brasileiro, especialmente nas regiões dos portos. Esse cenário foi verificado mesmo com a safra 2018/2019 elevada no Brasil, devido ao clima favorável. Enquanto o cenário de oferta elevada no Brasil mantém os compradores afastados, os impactos do clima desfavorável nos Estados Unidos deixam o vendedor nacional firme nos valores do milho, tendo em vista que este fato tende a favorecer as exportações do cereal brasileiro. De fato, os embarques de milho seguem aquecidos. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), considerando-se os cinco primeiros dias úteis deste mês, as exportações brasileiras de milho totalizaram 109,5 mil toneladas. Os line-ups para junho já indicam que as exportações podem se aproximar de 1 milhão de toneladas apenas no Porto de Paranaguá (PR).

Nos últimos sete dias, as altas mais expressivas são observadas nos portos de Paranaguá (PR) e de Santos (SP), de 6,1% e 7,2%, respectivamente, com médias de R$ 39,32 por saca de 60 Kg e R$ 39,60 por saca de 60 Kg. No mercado spot, os aumentos são de 1,8% no mercado de balcão (ao produtor) e de 0,3% no mercado de lotes (negociação entre empresas) nos últimos sete dias. Em São Paulo, na região de Campinas, referência para o Indicador ESALQ/BM&F, os compradores se mantêm afastados, limitando as altas. Na B3, os contratos Julho/2019 e Setembro/2019 apresentam avanço de 3,0% e 5,8% no mesmo comparativo, respectivamente, indo para R$ 38,35 por saca de 60 Kg e R$ 39,23 por saca de 60 Kg. A produção mundial da temporada 2019/2020 totalizará 1,099 bilhão de toneladas (-1,9%). O consumo mundial deve ser de 1,134 bilhão de toneladas, praticamente estável frente à temporada anterior.

Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do milho fecharam em alta pela quarta sessão consecutiva na sexta-feira (14/06), ainda impulsionados pelo clima adverso no Meio Oeste dos Estados Unidos. O milho continua subindo com preocupações relacionadas à produção, o que está levando o consumidor final a comprar o maior volume possível de grãos da safra velha. 3,4 milhões de hectares no leste do Meio Oeste e 2,6 milhões de hectares no oeste da região ainda não foram semeados. Essa é historicamente a maior área não semeada registrada nesta época do ano. O vencimento julho avançou 11,00 cents (2,49%) e fechou a 4,53 por bushel. Os preços não atingiam a marca de US$ 4,50 por bushel desde maio do ano passado. O vencimento dezembro pode chegar a US$ 5,05 por bushel no fim do ano, o que seria o maior nível desde maio de 2014. Fontes: Cepea e Cogo Inteligência em Agronegócio.